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Turma do Cocoricó festeja 10 anos
SÃO PAULO - Ele é fã do cineasta francês François Truffaut. Seu hobby preferido é fotografia e ele se define como um obcecado por bons enquadramentos e um apaixonado por imagens. Formado em artes plásticas pela Faap, o diretor Fernando Gomes dá o tom ao programa Cocoricó exibido há dez anos pela TV Cultura. Ele costuma dizer que "caiu nessa área de atuação com bonecos meio por acaso", mas deu tão certo que, além do sucesso na tevê, agora as aventuras do menino Júlio e de seus companheiros do sítio ganham versão em livro, Cocoricó, um Amigo Especial, lançado pela Melhoramentos.
"O livro é um sonho que se realiza. Quando começamos o programa, pensamos em uma série de desdobramentos como teatro, cinema e livro", diz todo orgulhoso o diretor. Neste volume, com roteiro assinado por Cristiane Pederiva, os leitores encontram a adaptação de uma história que foi exibida no programa. "Na edição, respeitamos os personagens, optamos por fotos e os bonecos são apresentados com o mesmo enquadramento da televisão. Mesmo cenário e luz do programa original."
Como tema central, a questão da diferença. Nessa história, o boneco Júlio descreve em seu diário o jeito especial de seu amigo Mauro. Um garoto que escreve em braile, usa bengala, mas tem os outros sentidos bem apurados. De forma clara, simples e direta, Cristiane dá o recado: o respeito e o papel da inclusão de pessoas deficientes visuais na sociedade.
Tanto o livro como o programa são marcados pelo capricho. "Optamos por fotografias no lugar de ilustrações para que as crianças encontrem no livro os personagens que elas conhecem", diz o diretor. Os atores fizeram todas as cenas, atentos à maneira como foi ao ar. Até a luz foi mantida.
Todos os detalhes das gravações são cuidados como em um set de cinema. "Temos uma câmera que não é fixa, ou seja, podemos filmar em até 360°, o que dá movimento e vida ao programa, além de um foco preciso na edição. Os bonecos podem se locomover e fazer qualquer coisa que o ator desejar."
Gomes não fez cursos para criar seus bonecos. Suas técnicas foram aperfeiçoadas a partir da observação. "Muitas vezes imagino um boneco, começo a modelar em espuma e, de repente, surge algo novo, diferente do que pensei. Guardo e depois de um tempo volto a trabalhar sobre ele. Li muitos livros, assisti a espetáculos em Olinda e Paraty, mas aprendi muito com a turma do Bambalalão, principalmente com Memélia de Carvalho e Chiquinho Brandão. Eles me ensinaram algo muito importante: mais que um boneco, é importante ter um manipulador talentoso, um grande ator por trás." Há 20 anos na TV Cultura, Fernando Gomes começou por acaso na área.
O jovem estudante de artes plásticas trabalhava em uma produtora e costumava gravar a programação da tevê para assistir à noite. Um dos programas preferidos era o Bambalalão. "Ficava encantado com a sutileza da manipulação dos bonecos, o tempo certo do diálogo - a importância de parar, olhar e voltar para a ação." Um dia, tomou coragem, fez um boneco, "meio sem jeito" e apresentou-o para Memélia. "O personagem entrou ao vivo no programa do dia seguinte. Não tinha noção nenhuma, não teve ensaio, minha mão cansava, o boneco caía, um horror. Aprendi muita coisa naquele dia. Depois, passei a fazer outros bonecos para a equipe do programa. Aí não parei mais. Passei pelo Glub Glub, X-Tudo, Rá-Tim-Bum, Castelo Rá-Tim-Bum, Ilha Rá-Tim-Bum, trabalhei com a Eliana na Record, até chegar à direção do Cocoricó". Ele produziu parte dos bonecos do programa, entre eles o Júlio, também manipulado por ele.
"O livro é um sonho que se realiza. Quando começamos o programa, pensamos em uma série de desdobramentos como teatro, cinema e livro", diz todo orgulhoso o diretor. Neste volume, com roteiro assinado por Cristiane Pederiva, os leitores encontram a adaptação de uma história que foi exibida no programa. "Na edição, respeitamos os personagens, optamos por fotos e os bonecos são apresentados com o mesmo enquadramento da televisão. Mesmo cenário e luz do programa original."
Como tema central, a questão da diferença. Nessa história, o boneco Júlio descreve em seu diário o jeito especial de seu amigo Mauro. Um garoto que escreve em braile, usa bengala, mas tem os outros sentidos bem apurados. De forma clara, simples e direta, Cristiane dá o recado: o respeito e o papel da inclusão de pessoas deficientes visuais na sociedade.
Tanto o livro como o programa são marcados pelo capricho. "Optamos por fotografias no lugar de ilustrações para que as crianças encontrem no livro os personagens que elas conhecem", diz o diretor. Os atores fizeram todas as cenas, atentos à maneira como foi ao ar. Até a luz foi mantida.
Todos os detalhes das gravações são cuidados como em um set de cinema. "Temos uma câmera que não é fixa, ou seja, podemos filmar em até 360°, o que dá movimento e vida ao programa, além de um foco preciso na edição. Os bonecos podem se locomover e fazer qualquer coisa que o ator desejar."
Gomes não fez cursos para criar seus bonecos. Suas técnicas foram aperfeiçoadas a partir da observação. "Muitas vezes imagino um boneco, começo a modelar em espuma e, de repente, surge algo novo, diferente do que pensei. Guardo e depois de um tempo volto a trabalhar sobre ele. Li muitos livros, assisti a espetáculos em Olinda e Paraty, mas aprendi muito com a turma do Bambalalão, principalmente com Memélia de Carvalho e Chiquinho Brandão. Eles me ensinaram algo muito importante: mais que um boneco, é importante ter um manipulador talentoso, um grande ator por trás." Há 20 anos na TV Cultura, Fernando Gomes começou por acaso na área.
O jovem estudante de artes plásticas trabalhava em uma produtora e costumava gravar a programação da tevê para assistir à noite. Um dos programas preferidos era o Bambalalão. "Ficava encantado com a sutileza da manipulação dos bonecos, o tempo certo do diálogo - a importância de parar, olhar e voltar para a ação." Um dia, tomou coragem, fez um boneco, "meio sem jeito" e apresentou-o para Memélia. "O personagem entrou ao vivo no programa do dia seguinte. Não tinha noção nenhuma, não teve ensaio, minha mão cansava, o boneco caía, um horror. Aprendi muita coisa naquele dia. Depois, passei a fazer outros bonecos para a equipe do programa. Aí não parei mais. Passei pelo Glub Glub, X-Tudo, Rá-Tim-Bum, Castelo Rá-Tim-Bum, Ilha Rá-Tim-Bum, trabalhei com a Eliana na Record, até chegar à direção do Cocoricó". Ele produziu parte dos bonecos do programa, entre eles o Júlio, também manipulado por ele.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/312329/visualizar/
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