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Internacional
Quarta - 15 de Março de 2006 às 23:44

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Os três partidos alemães de oposição obtiveram o quorum necessário para criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigue o envolvimento dos serviços secretos alemães (BND) na guerra do Iraque, à qual se opunha frontalmente o então chanceler, Gerhard Schröder.

Os três partidos da oposição - o Partido da Esquerda, o Partido Liberal (FDP) e o Verde - conseguiram hoje o apoio dos 154 deputados necessários para que a comissão parlamentar possa ser criada no início de abril.

A CPI também abordará o seqüestro por engano de Khaled Al-Masri, um alemão de origem libanesa, pelos serviços secretos americanos na Macedônia, e os vôos secretos da CIA sobre território alemão para transferir prisioneiros a prisões secretas no leste da Europa.

Os deputados investigarão se é verdade que agentes secretos alemães tenham informado aos EUA sobre possíveis alvos para bombardeio - apesar de Berlim se opor oficialmente à guerra - e também tenham revelado a Washington o plano de Saddam Hussein para a defesa de Bagdá, segundo revelou recentemente o jornal "New York Times".

Para a criação da CPI era necessário o apoio dos três partidos da oposição, que juntos têm 30% dos votos do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.

Na oposição, só o deputado verde Joschka Fischer, na época da guerra ministro alemão de Relações Exteriores, se opôs taxativamente ao lançamento da comissão.

A oposição acredita que a CPI permitirá determinar a responsabilidade política do Governo do chanceler Schröder (1998-2005), formado então pelo Partido Social-Democrata (SPD) e pelos Verdes, nos polêmicos incidentes.

A oposição quer convocar Schröder, Fischer e o atual de ministro de relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier - que no Governo anterior era responsável pela mediação entre o governo e os serviços secretos germânicos.

Os três partidos da oposição consideram insuficientes as explicações dadas pelo atual Governo da chanceler democrata-cristã, Angela Merkel, sobre o papel do BND na guerra do Iraque.

O Governo de Merkel apresentou, em 24 de fevereiro, um relatório de 90 páginas que chegava à conclusão de que, durante a guerra no Iraque, os serviços secretos alemães não violaram as ordens de Schröder de não participar ativamente na operação militar naquele país.

Além disso, o Governo alemão sustenta que, graças à atuação de Berlim, pôde-se evitar o bombardeio por parte dos aliados de edifícios que mereciam ser poupados, como algumas embaixadas e hospitais, por parte dos aliados.

O relatório sustenta que nem o Governo de Schröder soube do caso Al-Masri - até ele ser liberado - nem houve participação de agentes alemães nos interrogatórios, tal como ele afirma.





Fonte: EFE

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