Repórter News - reporternews.com.br
Paquistaneses não param de assistir a sátira "Bush-Mush"
O presidente americano George W. Bush já voltou para seu país há mais de duas semanas, mas desde que ele passou pelo Paquistão, os telespectadores desse país vêm assistindo a várias reprises diárias de uma sátira animada do encontro que ele teve com o presidente paquistanês.
A Geo News, um canal paquistanês privado cujas transmissões também chegam à Europa e América do Norte, transmitiu a sátira de Bush e do presidente Pervez Musharraf falando numa coletiva de imprensa pela primeira vez em 4 de março, poucas horas depois de os dois líderes terem de fato concedido uma entrevista coletiva conjunta.
"Estou solitário. Osama também está solitário", Bush lamenta em um momento da transmissão, enquanto o roteiro zomba da razão principal da visita do presidente americano ao Paquistão: verificar até que ponto Musharraf está engajado na guerra contra o terrorismo e a caçada ao líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
A sátira utiliza imagens da coletiva de imprensa real, com versões computadorizadas dos rostos de Bush e Musharraf.
Ela foi transmitida primeiramente em inglês, mas a Geo rapidamente produziu uma versão falada em urdu para alcançar um público maior, e, desde então, o canal vem transmitindo o programa várias vezes por dia.
"É muito divertido. Eu já assisti três vezes", revelou Mohammad Aftab, empresário da cidade de Rawalpindi, no norte do país.
"É repleto de sátira e gozação, mas mostra o que a maioria dos paquistaneses realmente pensa: que a América é a chefona, e nós somos os subordinados".
Imran Aslam, o presidente da Geo TV, disse que vem fazendo sátiras políticas há décadas e que até agora conseguiu se safar com pouco mais do que "alguns tapas na mão".
"Sob Benazir Bhutto e Nawaz Sharif, às vezes era complicado. Eles tinham um problema com sátiras", disse Aslam, referindo-se a dois ex-líderes civis do Paquistão, hoje residentes no exterior.
Ao mesmo tempo em que zomba de Bush, o esquete "Bush, Mush, Hota Hai", cujo título faz referência à canção-título de um romance cômico popular de Bollywood, também menciona algumas coisas que incomodam a Musharraf, que, na coletiva de imprensa real, afirmou ter "libertado" a mídia e ter permitido a proliferação dos canais de televisão no país.
A sátira zomba da relutância de Musharraf, que chegou ao poder em um golpe militar em 1999, em abandonar a presidência militar, e fala da demora à volta à democracia no país.
Também brincou com a recusa do Paquistão em autorizar investigadores americanos a interrogar o cientista Abdul Qadeer Khan, que se encontra sob prisão domiciliar por ter vendido peças nucleares a, entre outros, o Irã.
Por fim, teceu algumas comparações incômodas com a Índia.
"É estranho as pessoas pedirem emprego na Índia", diz a versão animada de Bush. "Elas falam em energia e software. Aqui as pessoas pedem tanques, mísseis, bombas."
A reação do governo paquistanês tem sido de bom humor, mas o diretor administrativo do canal Geo, Azhar Abbas, diz que às vezes os partidos políticos não suportam zombaria.
"Quando lançamos esta sátira, nossa esperança era que, através do humor, pudéssemos desenvolver uma cultura de tolerância nos partidos políticos", ele disse.
A Geo News, um canal paquistanês privado cujas transmissões também chegam à Europa e América do Norte, transmitiu a sátira de Bush e do presidente Pervez Musharraf falando numa coletiva de imprensa pela primeira vez em 4 de março, poucas horas depois de os dois líderes terem de fato concedido uma entrevista coletiva conjunta.
"Estou solitário. Osama também está solitário", Bush lamenta em um momento da transmissão, enquanto o roteiro zomba da razão principal da visita do presidente americano ao Paquistão: verificar até que ponto Musharraf está engajado na guerra contra o terrorismo e a caçada ao líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
A sátira utiliza imagens da coletiva de imprensa real, com versões computadorizadas dos rostos de Bush e Musharraf.
Ela foi transmitida primeiramente em inglês, mas a Geo rapidamente produziu uma versão falada em urdu para alcançar um público maior, e, desde então, o canal vem transmitindo o programa várias vezes por dia.
"É muito divertido. Eu já assisti três vezes", revelou Mohammad Aftab, empresário da cidade de Rawalpindi, no norte do país.
"É repleto de sátira e gozação, mas mostra o que a maioria dos paquistaneses realmente pensa: que a América é a chefona, e nós somos os subordinados".
Imran Aslam, o presidente da Geo TV, disse que vem fazendo sátiras políticas há décadas e que até agora conseguiu se safar com pouco mais do que "alguns tapas na mão".
"Sob Benazir Bhutto e Nawaz Sharif, às vezes era complicado. Eles tinham um problema com sátiras", disse Aslam, referindo-se a dois ex-líderes civis do Paquistão, hoje residentes no exterior.
Ao mesmo tempo em que zomba de Bush, o esquete "Bush, Mush, Hota Hai", cujo título faz referência à canção-título de um romance cômico popular de Bollywood, também menciona algumas coisas que incomodam a Musharraf, que, na coletiva de imprensa real, afirmou ter "libertado" a mídia e ter permitido a proliferação dos canais de televisão no país.
A sátira zomba da relutância de Musharraf, que chegou ao poder em um golpe militar em 1999, em abandonar a presidência militar, e fala da demora à volta à democracia no país.
Também brincou com a recusa do Paquistão em autorizar investigadores americanos a interrogar o cientista Abdul Qadeer Khan, que se encontra sob prisão domiciliar por ter vendido peças nucleares a, entre outros, o Irã.
Por fim, teceu algumas comparações incômodas com a Índia.
"É estranho as pessoas pedirem emprego na Índia", diz a versão animada de Bush. "Elas falam em energia e software. Aqui as pessoas pedem tanques, mísseis, bombas."
A reação do governo paquistanês tem sido de bom humor, mas o diretor administrativo do canal Geo, Azhar Abbas, diz que às vezes os partidos políticos não suportam zombaria.
"Quando lançamos esta sátira, nossa esperança era que, através do humor, pudéssemos desenvolver uma cultura de tolerância nos partidos políticos", ele disse.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/312476/visualizar/
Comentários