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Educação/Vestibular
Quarta - 15 de Março de 2006 às 13:48
Por: Giuliana Vallone

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SÃO PAULO - Alguns cursos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) entraram em greve nesta quarta-feira após uma assembléia na noite de ontem em que os três setores da universidade (professores, funcionários e alunos) decidiram pela paralisação das aulas contra a intervenção da Igreja e as demissões por ela praticadas.

Tanto o corpo docente quanto o discente se dividiram em pessoas contra ou a favor do movimento. Em razão dessa divergência, a greve que começou hoje não contou com a adesão de muitos dos cursos da PUC. Enquanto alunos de Ciências Sociais, Filosofia, Serviço Social, Jornalismo, Publicidade, entre outros, realizavam uma assembléia para discutir a greve, muitos estudantes de cursos como Direito, Administração e Economia nem sabiam do movimento, e tiveram aula normalmente no período da manhã.

Os alunos construíram barricadas com carteiras para barrar o acesso às salas de aula, e também utilizaram o material para construir uma grande pilha no Pátio da Cruz, local onde ocorreu a manifestação de hoje.

Alguns estudantes dos cursos de História e Publicidade mostraram-se contra a greve e devolveram as mesas para as classes, para que pudessem ter aula normalmente. Porém, os alunos em greve decidiram entrar em todas as aulas que estavam em andamento - dos cursos que aderiram ao movimento - para pedir que as pessoas se juntassem a eles.

Muitos professores só souberam da decisão da greve nesta manhã, e tiveram de se reunir rapidamente em suas salas para decidirem se dariam ou não aula. Apesar da greve ter sido declarada pelos três setores, muitos funcionários das faculdades que aderiram ao movimento estavam trabalhando.

Por causa da decisão de última hora, uma assembléia deve ocorrer nesta quarta para colocar os professores que não estavam presentes ontem a par dos acontecimentos.

O início da crise A crise começou depois que a PUC-SP emprestou R$ 82 milhões de dois bancos em agosto passado, em uma operação de renegociação e prolongamento do prazo para pagar a dívida que acumula há décadas. Porém, uma das exigências das instituições era que a universidade acabasse com o déficit mensal de R$ 4 milhões.

A reitoria começou então um processo de demissões e cortes na folha de pagamento. Além de um programa de demissão voluntária, os departamentos dos cursos puderam indicar alguns professores para a lista de demitidos. No entanto, mesmo com os esforços, a universidade conseguiu reduzir cerca de R$ 3,13 milhões.

Na metade de fevereiro, o cardeal d. Cláudio Hummes, arcebispo metropolitano de São Paulo e grão-chanceler da instituição decidiu nomear dois interventores para fazerem os cortes finais no orçamento. Na lista final, produzida pela Fundação São Paulo, foi anunciada a demissão de mais 472 professores e 337 funcionários.

Considerada sem critério, a lista foi motivo de manifestações entre os alunos e funcionários da universidade, que tentam revertê-la.





Fonte: Agência Estado

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