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Internacional
Quarta - 15 de Março de 2006 às 12:30

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, defendeu hoje a polêmica decisão de retirar os guardas do Reino Unido que custodiavam a prisão cisjordaniana de Jericó, invadida nesta terça-feira por forças israelenses em busca de ativistas palestinos. Em seu comparecimento semanal ao Parlamento, Blair justificou a decisão ao argumentar que houve uma "situação na qual pessoas totalmente desarmadas (os observadores britânicos) corriam risco".

O primeiro-ministro reiterou que o Reino Unido, da mesma forma que os Estados Unidos, retirou os guardas que custodiavam a prisão porque a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não garantia sua segurança.

Os observadores ocidentais trabalhavam na prisão em virtude do Acordo de Ramala (2002) entre a ANP e Israel, pelo qual Londres e Washington se comprometeram a supervisionar a vigilância desse centro.

A retirada dos guardas, prévia à invasão dos soldados israelenses, motivou atos de violência como represália contra os escritórios do Conselho Britânico em Ramala e em Gaza.

No entanto, o chefe do Governo britânico ressaltou que seu país "respeitou" o Acordo de Ramala. "Os palestinos se responsabilizam pelas detenções, mas estas são supervisionadas de maneira independente por nós", explicou Blair.

O premier disse que Londres alertou a ANP durante "três meses" que a situação de segurança dos guardas britânicos era "grave", por isso era preciso "fazer algo".

O primeiro-ministro lembrou também, como fez nesta terça-feira seu titular de Assuntos Exteriores, Jack Straw, que em 8 de março foi enviada uma carta ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas, na qual se indicava que a segurança na prisão não era "adequada".

"Isto é uma prova de nossa boa fé, não de nossa má fé", sentenciou o chefe do Executivo.

O próprio Abbas acusou Londres e Washington de violar o Acordo de Ramala e responsabilizou ambos por qualquer dano que os detentos e o pessoal do centro penitenciário possam sofrer.

Por outro lado, o governante britânico disse que o Reino Unido continuará prestando ajuda financeira e humanitária à ANP, mas alertou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) que esse respaldo está vinculado a algumas condições.

"Se querem nossa ajuda (...), esta terá que ser sobre a base de abandonar a violência, negociar de forma pacífica e aceitar a existência de Israel", declarou o primeiro-ministro, insistindo que respeita "completamente o mandato que o Hamas conseguiu nas eleições" legislativas de janeiro.

Blair prometeu apoio para reativar o processo de paz no Oriente Médio, mas disse que a "única forma" de avançar é aceitar "a solução com a qual está comprometida a comunidade internacional, a solução de dois Estados", um israelense e outro palestino.

"Só se pode perseguir esse objetivo se as duas partes aceitarem a existência de outro Estado. Do contrário, é muito difícil saber como vamos progredir", avisou Blair ao Hamas, cujo ideário defende a destruição de Israel.





Fonte: EFE

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