Corpo de Bombeiros vai ter "poder de polícia"

A partir do próximo ano o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso terá poder de polícia. Isto significa que a instituição poderá fechar e embargar estabelecimentos que ofereçam algum tipo de risco aos frequentadores. A atribuição está prevista no novo Código de Prevenção e Pânico aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado e que deve ser sancionado ainda este ano pelo governador Blairo Maggi (PPS). "O Corpo de Bombeiros deixou de ser um órgão apagador de incêndio", diz o comandante da Corporação, coronel Ovídio José Burgnoli.

O código também prevê que os proprietários de estabelecimentos comerciais com menos de 750 metros quadrados terão que requisitar uma vistoria anual do Corpo de Bombeiros. Imóveis comerciais acima dessa metragem têm que ter projeto contra incêndio e pânico. Quem descumprir o código pagará multa.

Para fazer a vistoria o Corpo de Bombeiros irá cobrar uma taxa. O valor ainda não foi definido, mas terá como base de cálculo a área do imóvel. O dinheiro irá para o Fundo Estadual de Reequipamento do Corpo de Bombeiros.

O comandante explica que o recurso arrecadado será aplicado em equipamentos. O último investimento que a instituição recebeu aconteceu em 2000, quando foram adquiridos 3 caminhões contra incêndio. "Precisamos ainda de 1 plataforma, 2 caminhões contra incêndio pesado e de renovar a frota das nossas unidades do interior do Estado".

Os caminhões utilizados pelos Bombeiros nas 11 unidades do interior têm 20 anos de uso. Conforme o próprio comandante, se Cuiabá tiver um incêndio de grandes proporções haverá problemas no atendimento. "Se isso acontecesse ficaríamos receosos, pois nosso equipamento é obsoleto".

Balanço - De janeiro a 9 de dezembro deste ano o Corpo de Bombeiros registrou 24 mil ocorrências com a atendimento à vítimas em todo Estado. Desse total, 12 mil foram na Grande Cuiabá. No ano passado, de janeiro a dezembro, a instituição contabilizou 17 mil ocorrências em todo o Estado. Os bombeiros atenderam ainda 2,6 mil ocorrências de acidentes de trânsito com vítimas, em Cuiabá e Várzea Grande. Neste mesmo período foram registrados 32 afogamentos, sendo 10 com vítima fatal. Os atendimentos às vítimas, em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis foram feitos pelo Samu.