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Cidades/Geral
Quarta - 15 de Março de 2006 às 09:06
Por: Patrícia Neves

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Mato Grosso aparece em 2º lugar no ranking de violência no campo, conforme Relatório Direitos Humanos Brasil 2005, elaborado com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O Estado perde apenas para o Pará, com 14 assassinatos. Em Mato Grosso, a CPT já aponta que são 3 os crimes de janeiro a agosto (período usado para compilação dos dados). Mas a informação atualizada da Comissão é de que 5 pessoas morreram no Estado, sendo 3 em uma mesma região. A estimativa da CPT é de que pelo menos 60 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Acampados (MTA) e da Fetagri, integrem a lista de espera para reforma agrária.

Os dados do Relatório mostram que de janeiro a agosto de 2005, 28 pessoas foram assassinadas no Brasil, sendo que em 2004 houve 27 mortes ligadas ao campo. Em MT, foram 22 ameaças de morte. Um dos casos registrados é o da irmã Leonora Bruneto, 60, que teve de deixar a região da Gleba Gama, em Nova Guarita, onde vinha sendo alvo constante de ameaças em outubro deste ano. A área de 16 mil hectares que motiva um intenso conflito entre fazendeiros e acampados. A gravidade do fato trouxe a Cuiabá o assessor da Subsecretaria dos Direitos Humanos, Ailson Silveira Machado, que cobrou da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) providências quanto a garantias de vida à freira. Leonora deixou Mato Grosso no final de outubro. Na Gleba Gama foram registrados 3 assassinatos em 2005.

Um dos coordenadores nacionais do CPT, José Batista Afonso, criticou a política agrária do país. "Reforma agrária substancial não houve. Essa é uma reforma agrária compensatória. Resolve-se a questão onde o problema é latente sem que existam políticas amplas, como assistência técnica, sem que se estabeleçam mecanismos eficientes para subsidiar os assentados!".

Em entrevista na semana passada, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, informou que vai intensificar as bases da Polícia de fronteira com o Pará e Amazonas no intento de diminuir a violência no campo mas reconhece que o problema está intimamente relacionado a questão de reforma agrária do país.

A reportagem tentou, via celular, contato com o superintendente do Incra em MT, Leonel Wolfarth, sem sucesso. Buscou junto à assessoria de imprensa dados quanto ao número de famílias assentadas em MT, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.





Fonte: A Gazeta

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