Alckmin vence Serra com atitude mais agressiva

Nos últimos dias, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ganhou força na disputa interna com o prefeito José Serra pela vaga de candidato à presidência da república pelo PSDB. Na segunda-feira, ele obteve o apoio do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, inicialmente favorável à indicação de Serra.



Ao contrário de Serra, que preferiu ficar calado sobre uma possível disputa entre os dois caso não houvesse consenso, Alckmin se pronunciou repetidas vezes como candidato. O governador chegou a dizer que já teria até o slogan de sua campanha presidencial: "o Brasil vai crescer pra chuchu, nós vamos ter emprego pra chuchu".

No último domingo, Alckmin aproveitou a visibilidade da Bienal do Livro, onde se disse "animadíssimo" com a possibilidade do anúncio do partido nesta terça-feira.

No dia seguinta, no entanto, o governador chegou a dizer que não acreditava que o PSDB pudesse anunciar o seu candidato nesta terça-feira. Depois de Serra ter declarado que aceitava a candidatura à Presidência somente se não houvesse a disputa de prévias, Alckmin voltou atrás e afirmou que o partido estaria pronto, sim, para a decisão.

Opositores à candidatura de Alckmin afirmavam que ele não teria popularidade nacional, ao contrário de Serra, que já disputou a presidência com o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A derrota de 2002 seria o fator principal contra Serra.

Pesquisas qualitativas recentes comprovaram, contudo, as teorias de que a população teria mais simpatia a Alckmin. O governador paulista poderia encarnar melhor o "anti-Lula".

Entretanto, Serra apareceu nas pesquisas eleitorais como o candidato mais combativo contra o PT, chegando a ultrapassar Lula em primeiro e segundo turno. A situação, porém, reverteu-se nos primeiros meses deste ano, com Lula retomando a maioria.

Outro fator que pesava contra Serra era o fato de estar na metade de seu mandato na prefeitura paulistana. Se deixasse o cargo para disputar a presidência, quebraria a promessa de ficar os 4 anos no comando da cidade.

Ainda resta a possibilidade de Serra ser o candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Na última reunião do partido com pré-candidatos, no entanto, o nome de Serra nem foi cogitado, segundo o deputado federal Alberto Goldman.