Dono da Microsoft quer investir em usina no Centro-Oeste

O bilionário norte-americano Bill Gates, dono da Microsoft, pode adquirir a usina de álcool de Naviraí, localizada a 342 quilômetros de Campo Grande. Os diretores e representantes ligados a Coopernavi (Cooperativa dos Produtores de Cana-de-açúcar de Naviraí) não confirmaram se o empresário está por trás das negociações, mas garantiram que estão negociando com um grupo norte-americano e canadense que ofereceu R$ 244 milhões pela empresa.

Em Naviraí, o grupo norte-americano e canadense é ligado ao setor agropecuário e teria um rebanho com 900 mil cabeças de gado, sendo que Bill Gates estaria por trás dos empresários estrangeiros. No entanto, as negociações ainda não avançaram já que a cooperativa deve ser transformada em S.A. (Sociedade Anônima), o que deve acontecer no próximo dia 15 quando será realizada uma assembléia-geral, segundo informou o diretor da Coopernavi, Nelson Donade.

O prefeito de Naviraí, Zelmo de Brida, que também faz parte da cooperativa, ressaltou que empresas como a Bunge, Cargil e Skol também demonstraram interesse na aquisição da empresa. Reportagem publicada no jornal Valor Econômico dá conta que o bilionário norte-americano já adquiriu a Pacific Ethanol, empresa com sede na Califórnia (EUA), e não descartou fazer futuros investimentos na produção de álcool no Brasil.

Segundo a publicação, Bill Gates iniciou uma estratégia agressiva no ano passado para se tornar líder na produção do combustível na Costa Oeste dos Estados Unidos e pretende expandir os negócios, no médio e longo prazo, ao mercado internacional. A entrada do bilionário no mercado de etanol ganhou destaque nas principais publicações americanas e internacionais.

Matéria publicada pelo jornal O Globo revela que realmente os americanos estão de olho no álcool brasileiro. O próprio presidente George W. Bush, que já fez rasgados elogios à tecnologia flex fuel adotada nos carros por aqui, defendeu que os EUA invistam mais em combustíveis alternativos ao petróleo, como o álcool.

O mais curioso, no entanto, é o interesse demonstrado por ícones da chamada Nova Economia, como Google e Microsoft, no combustível brasileiro. Na semana passada, dois dos fundadores e donos do Google – o gigante da internet que tem vários bilhões de dólares em caixa e que tem feito aquisições de empresas de alta tecnologia nos quatro cantos do mundo – visitaram uma das principais usinas de álcool do Brasil, a Cosan, no interior de São Paulo.

Eles não entraram em detalhes sobre possíveis iniciativas de investimentos no álcool brasileiro, mas fizeram rasgados elogios à tecnologia nacional. O Brasil também é alvo do interesse de outros grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro, sobretudo europeus.