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Internacional
Segunda - 13 de Março de 2006 às 23:25

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A retirada de centenas de estudantes que ocuparam na noite de sexta-feira a universidade parisiense da Sorbonne, símbolo da revolta de Maio de 68, não diminuiu a determinação dos universitários, que estão entrincheirados em outras faculdades para protestar contra o novo contrato de trabalho elaborado pelo governo.

O ministro da Educação, Gilles de Robien, em visita à Sorbonne, desocupada pela polícia de choque nesta madrugada, garantiu que "todos os que fizerem um apelo à mobilização" serão considerados "responsáveis em caso de novos confrontos".

Gilles de Robien pediu aos estudantes não grevistas a "convençam os violentos de que esta revolta é completamente estéril e que pode se tornar um drama".

O ministro percorreu, com as mãos cheias de pedaços de livros antigos destroçados pelos invasores da Sorbonne, o pátio e os corredores da universidade, passando pelo gabinete dos professores e pelas salas de aula cheias de mesas e cadeiras empilhadas, de papéis espalhados, de extintores e portas derrubados.

O prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoe, considerou que "a ordem dada às forças para evacuar a Sorbonne confirma a incapacidade do governo de se entender com a juventude" da França.

"Os danos -condenáveis- causados pelos violentos invasores não chegam a ocultar a dimensão pacífica deste movimento", afirmou em um comunicado, acrescentando que "apenas o fim do Contrato Primeiro Emprego (CPE) poderá acalmar os ânimos".

A principal organização estudantil francesa, a Unef, condenou com veemência a desocupação pela força da Sorbonne, onde cerca de 300 jovens se trancaram na sexta-feira a partir das 17h00 local.

"É inadmissível terem retirado os estudantes (...) Para impor a ordem é necessário primeiro que haja desordem", declarou à AFP o presidente da Unef, Bruno Julliard, que classificou o uso da força como "ilegítimo e escandaloso".

A liderança estudantil da também ocupada universidade de Toulouse condenou a "violência policial" na Sorbonne e se solidarizou com os líderes da universidade de Nantes (noroeste), que também exigem a suspensão do polêmico CPE.

Os líderes estudantis da Paris X-Nanterre também pediram hoje a suspensão do Contrato Primeiro Emprego porque as "tensões entre estudantes pro e anti-bloqueio estão muito vivas".

Grupos de estudantes ocuparão diversas instalações universitárias até a segunda-feira, como Rennes I e II, a universidade de Tours, a faculdade de Brest, edifícios de Nantes, a universidade de Havre e, parcialmente, a de Rouen.

Grenoble II e III (sureste) também estavam ocupadas, assim como alguns acessos de Grenoble I.

Em La Rochelle (oeste), dez estudantes passaram a noite de sexta-feira para sábado na sala presidencial do centro.

A faculdade de Lille (norte) também continuava ocupada por alguns estudantes, assim como alguns centros universitários de Montpellier (sul).





Fonte: AFP

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