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Internacional
Domingo - 12 de Março de 2006 às 20:00

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Borislav Milosevic, irmão mais velho do ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic, encontrado morto em sua cela na prisão no sábado, culpou reformistas sérvios e o tribunal de crimes da ONU, em Haia, pela morte. "A responsabilidade total por sua morte cai sobre este tribunal e sobre aqueles que o entregaram, em Belgrado, há cinco anos", disse o ex-embaixador da Iugoslávia na Rússia.

Fumando um cigarro em uma pequena sala em um chalé nos arredores de Moscou, Borislav Milosevic disse que os juízes do tribunal deram o golpe final quando rejeitaram o pedido do irmão para fazer tratamento médico em uma clínica de Moscou, apesar das garantias russas de que ele voltaria para a prisão.

"No dia 4 de novembro do ano passado, um grupo de médicos independentes da Rússia, da França e de Belgrado examinaram Slobodan e a conclusão foi a de que ele estava em condição crítica e precisava de tratamento médico urgente", disse ele à Reuters em entrevista.

"O tempo passou e eles não mexeram um dedo sequer para ajudá-lo", disse Borislav, em referência à opinião do seu médico russo, Leo Bokeria, que afirmou à televisão russa que Slobodan precisava de tratamento médico apropriado em uma clínica.

"Pode-se dizer que o tribunal matou o meu irmão", disse.

Slobodan Milosevic, 64, morreu no centro de detenção do tribunal de crimes de guerra da ONU, onde ele foi acusado em 66 casos de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra em indiciamentos cobrindo conflitos na Bósnia, na Croácia e em Kosovo, na época de desintegração da Iugoslávia.

ENTERRO

Borislav disse acreditar que uma decisão tomada por autoridades sérvias, que subiram ao poder depois que Slobodan foi derrubado, em 2000, de entregá-lo ao tribunal prejudicou sua saúde.

Slobodan sofria do coração e de pressão alta.

"Slobodan é um verdadeiro filho do povo sérvio, uma personalidade histórica", disse Borislav. "Ele morreu sem der derrotado."

Ele disse que falou com o irmão dois ou três dias antes da morte.

"Ele estava com energia e comprometido a lutar", disse. Borislav disse que a família não debateu onde vai enterrar o irmão, mas acredita que a Sérvia seja a melhor opção.

"Acho que ele deveria ser enterrado na Sérvia", disse.

"Não acho que haverá problema. Agora eles não têm motivo para ter medo dele."




Fonte: Reuters

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