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Polícia Brasil
Domingo - 12 de Março de 2006 às 08:55

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O homem mais esperado pela autoridades judiciais de Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, é o novo prisioneiro da Penitenciária Pascoal Ramos desde a noite de ontem. Ele chegou a Cuiabá em um avião King Air da Força Aérea Brasileira (FAB), escoltado pelo coordenador-geral substituto da Interpol brasileira, Glorivan Bernardes de Oliveira, e outros 2 agentes.

Ele desceu da aeronave usando um colete à prova de balas e foi transportado em um furgão blindado da Polícia Federal. O comboio, de 8 carros da PF, mais 2 do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e outros carros e motos da Polícia Militar foi ainda acompanhado pelo helicóptero da PM.

A operação foi toda realizada em sigilo. Até a sexta-feira Interpol, PF e Ministérios da Justiça e Relações Exteriores não davam qualquer informação sobre a extradição do ex-policial civil que estava preso no Cárcere Central de Montevidéu, no Uruguai, desde 2003. Mas Arcanjo não deve permanecer preso em Cuiabá. Ele vai ficar na Capital o tempo suficiente para ser ouvido nos diversos processos que correm contra ele. Após isso deve ser transferido para outro Estado. A União inclusive já reiterou o mandado de segurança para que Arcanjo fique em Brasília. O motivo seria falta de estrutura adequada para manter um preso considerado de alta periculosidade em Cuiabá.

A bagagem trazida por Arcanjo, que é dono de uma grande fortuna, se resumiu a uma pequena mala. A bolsa foi retirada do avião por um agente da PF, antes do preso. Ele desceu algemado. Usava calça jeans, camisa xadrez de manga comprida e tênis.

Antes da chegada de Arcanjo, no período da manhã, o aeroporto foi literalmente invadido pela PF, que fez a vistoria do local, acertando detalhes para que nada saísse errado. O helicóptero da PM também esteve no aeroporto de manhã.

Os carros da PF e do Bope chegaram depois das 16 horas, isolando o local por onde o comboio deveria sair. Arcanjo foi retirado do aeroporto pela saída do local onde fica o grupamento do Corpo de Bombeiros.

A operação chamou a atenção e causou aglomeração de populares curiosos para ver o homem que é apontado como o chefe do crime organizado no Estado. A extradição de Arcanjo é esperada desde outubro do ano passado, quando chegou a ser montada uma operação semelhante para trazê-lo.

A volta, no entanto, foi frustrada por um recurso impetrado pela defesa do "Comendador". E depois desse primeiro, outros nove recursos vieram, todos protelando a vinda de Arcanjo para o Brasil.

Na sexta-feira passada foi julgado o último recurso. Mas desde o início da semana, Arcanjo já dizia, por meio de advogados, que não queria mais resistir à extradição. Ele acredita que pode se defender melhor estando em Mato Grosso. O "Comendador" teve a prisão decretada no dia 5 de dezembro de 2002, quando foi deflagrada a "Operação Arca de Noé".





Fonte: Gazeta Digital

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