Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sábado - 11 de Março de 2006 às 09:31
Por: Patrícia Neves

    Imprimir


A Polícia Federal desencadeou neste semana uma operação de desarmamento na Gleba Gama, que fica em Nova Guarita, (640 km de Cuiabá). Nove armas foram apreendidas em três dias de operação. O delegado federal, Dênis Cali, e uma equipe de 20 policiais estão no local e só devem a retornar à Cuiabá no domingo (12).

Conforme o delegado, cinco mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da 5ª Vara Federal, José Pires, dentro do inquérito 443/05. Quatro mandados foram cumpridos em fazendas localizadas dentro da Gleba e no assentamento Renascer, ocupado por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A situação da Gleba Gama já ganhou fama nacional, por ser uma área de forte conflito agrário, o que desencadeou a ação da Polícia Federal. Há pelo menos três anos fazendeiros, posseiros e sem-terras disputam a área de 16 mil hectares na Justiça. Entretanto, dentro da área predomina a "lei do mais forte". Em menos de três meses essa é a segunda vez que a Polícia Federal vai ao local na tentativa de evitar novos conflitos.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) detêm liminar de posse de uma fazenda de 400 hectares dos 16 mil onde a situação é tensa. A disputa pela propriedade da área começou 2003 e até não se tem uma decisão.

De acordo com o delegado federal, durante a operação duas pessoas - um fazendeiro e um sem terra - foram presos por crime de porte ilegal de arma. Eles foram encaminhados para Terra Nova do Norte (750 km de Cuiabá), mas foram soltos após o pagamento de fiança à Justiça.

No dia 15 de dezembro os acampados Vanderlei Macena Cruz e Mauro Gomes Duarte foram assassinados a tiros. Três dias depois outros dois sem terras foram presos acusados do crime. A irmã Leonora Brunetto, tida com uma das grandes defensoras de acampados, foi ameaça de morte e deixou a área em outubro do ano passado.

Ela acusa fazendeiros de serem os responsáveis pelas ameaças. Eles, no entanto, negam as ameaças. Um grupo de fazendeiros da região criou o ano passado o Comitê Pró-Regularização Fundiária do Norte de Mato Grosso. Em julho de 2005 eles denunciaram a situação de ameaça dos invasores, via notícia-crime, perante o Ministério Público Federal, Superintendência da PF, Ministério Público Estadual e Secretaria de Justiça e Segurança Pública.

Na denúncia o comitê cita ainda que existem "movimentos organizados" entre os acampados. Pela denúncia os acampados estariam comercializando lotes e alugando áreas de pastos. (PN)





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/313547/visualizar/