Casos de corrupção e espionagem afetam Berlusconi

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, sofreu dois grandes golpes nesta sexta-feira, um mês antes da eleição geral na Itália. O ministro da Saúde, Francesco Storace, comunicou sua renúncia em meio a acusações de espionagem eleitoral e promotores pediram o indiciamento de Berlusconi num processo de corrupção.

Os dois casos prometem elevar a temperatura do embate político na Itália e aumentar a tensão entre Berlusconi e o Poder Judiciário do país. Segundo pesquisas de opinião, a eleição será vencida pela oposição ao atual governo de centro-direita.

Em Milão, promotores pediram que Berlusconi em pessoa respondesse judicialmente a acusações de corrupção ligadas ao império empresarial do premiê.

Storace negou com veemência as acusações de que tivesse ordenado uma grande operação de espionagem durante sua campanha, no ano passado, para reeleição à presidência da região de Lazio. Mas,em comunicado, ele disse que desejava distanciar-se da política para se defender de forma mais eficiente.

"A simples suspeita de que eu pudesse ser o arquiteto de uma manobra política contra meus adversário me fere e me faz sentir indigno", disse Storace, acrescentando que havia comunicado ao partido sua decisão de renunciar.

O político, membro da legenda conservadora Aliança Nacional, foi nomeado ministro da Saúde no ano passado após perder a disputa pelo governo de Lazio.

As acusações contra ele apareceram no começo desta semana após o surgimento, em Milão, de mandatos de prisão para 16 pessoas, entre as quais 11 detetives particulares e três policiais, supostamente envolvidas no esquema de espionagem.

Storace é o segundo ministro a abandonar o gabinete de Berlusconi pouco antes das eleições gerais.

No mês passado, Roberto Calderolli viu-se obrigado a renunciar ao cargo de ministro das Reformas depois de aparecer em um programa de TV usando uma camiseta estampada com as polêmicas charges de Maomé.