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Nacional
Sexta - 10 de Março de 2006 às 12:40
Por: Rodrigo Gaier, com reportagem

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Depois de uma semana de operações nas favelas e nas estradas do Rio de Janeiro, o Exército ainda não conseguiu recuperar os 11 armamentos roubados de um quartel da corporação e continua sendo alvo de ataques dos traficantes.

"Esses ataques que vêm acontecendo são tentativas de intimidação para tentar desmobilizar a nossa presença", disse o coronel José Barreto, chefe das relações-públicas do Comando Militar do Leste (CML).

Nesta sexta-feira, e na noite de quinta-feira, as tropas foram desafiadas novamente por disparos, colocando mais uma vez a população das comunidades na linha de tiros entre soldados e supostos traficantes.

No morro da Providência, no centro da cidade, houve disparos pela segunda noite consecutiva contra os militares, e os conflitos recomeçaram pela manhã. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), não houve registro de feridos.

O tiroteio começou por volta das 8h15 da manhã, depois que soldados do Exército atiraram para o alto com o intuito de dissipar uma manifestação da comunidade contra a presença dos militares no local. A resposta foi imediata, com tiros na direção dos soldados.

"Observamos que a manifestação foi manipulada pelos traficantes. A maioria (das comunidades) está conosco. Não tivemos transtornos a não ser na Mangueira, Manguinhos e Providência", disse o coronel Fernando Lemos, relações-públicas do CML.

Os últimos confrontos na Providência levaram o Exército a pedir ajuda do Bope e o Core, batalhões de elite da Polícia Militar. Além de enfrentar os tiros dos traficantes, os soldados são pressionados constantemente pela população da comunidade, que é contra a presença dos militares. "Deram tiros na minha casa. Tem sido todo dia. Ninguém consegue viver assim", disse uma moradora da Providência, chorando.

Durante a madrugada, também houve disparos para o alto no morro da Mangueira, apesar da presença do Exército no local. Nos morros do Dendê e Jardim América a ocupação foi encerrada nesta sexta-feira sem nenhuma prisão. Atualmente, há presença militar em seis favelas.

CONFRONTOS COM A PM

Na madrugada desta sexta-feira, também houve um intenso confronto entre policiais militares e traficantes no morro do Santo Amaro, no bairro do Catete, na zona sul. Pelo menos 13 suspeitos foram detidos. Os PMs foram alvo de disparos e também foram lançadas granadas. De acordo com a Polícia Militar, 50 policiais participaram da operação.

O CML está analisando fitas do circuito interno de TV do quartel assaltado e de empresas de prédios vizinhos para descobrir o número de bandidos que invadiu a unidade. Inicialmente, o Comando Militar do Leste imaginava que fossem sete, mas as investigações indicam que o número pode ser bem maior.

Ligações feitas do complexo de presídios de Bangu, na zona oeste do Rio, também estão sendo investigadas pela polícia.





Fonte: Reuters

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