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Nacional
Quinta - 09 de Março de 2006 às 23:25
Por: Áureo Germano

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Em depoimento à CPI dos Bingos nesta quinta-feira, o delegado da Polícia Civil de São Paulo Benedito Antônio Valencise afirmou ter provas documentais e testemunhais que seriam suficientes para o indiciamento do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, por crime de formação de quadrilha, peculato e falsidade ideológica.

Valencise, que é responsável pelo inquérito que investiga denuncias de irregularidades envolvendo a contratação de empresas coletoras de lixo em Ribeirão Preto durante a gestão do então prefeito Palocci, reconhece, entretanto, não poder fazê-lo em função do ministro gozar de foro privilegiado.

"Com base nas provas documentais e testemunhais que obtive no inquérito eu pediria, se pudesse, o indiciamento do então prefeito Palocci", afirmou o policial aos parlamentares.

O delegado afirma que as acusações podem, ainda, ser estendidas ao sucessor de Palocci na prefeitura, Gilberto Maggioni.

As afirmações devem complicar a situação do ministro que, agora, passa a correr o risco de ser indiciado no relatório final da CPI.

"As investigações se encaminham no sentido de haver uma responsabilização do ministro Palocci", afirmou a jornalistas o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)

"Acredito que há elementos para pedir o indiciamento. Caso o relator não o faça, a oposição terá a obrigação de fazê-lo por meio da apresentação de emendas", disse à Reuters o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Parte das afirmações do delegado são feitas com base em depoimentos prestados pelo ex-assessor de Palocci, o advogado Rogério Buratti, que já fez as mesmas denúncias na CPI dos Bingos.

Em declarações à polícia paulista, ele afirmou que o esquema de desvios de recursos naquela prefeitura começou em 2001, durante a segunda gestão de Palocci.

Buratti afirmou que o esquema seria coordenado por Palocci em conjunto com o empresário Luiz Cláudio Leão, proprietário da Leão & Leão, responsável pela coleta de lixo na região.

"É evidente a participação, tanto do primeiro (Palocci) como do segundo (Maggioni). Era um esquema muito grande e não é possível que ele tenha ocorrido por conta de funcionários subalternos", afirmou o delegado.





Fonte: Reuters

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