Irã reafirma que quer uma solução diplomática para caso nuclear

O Irã reafirmou hoje que quer uma solução diplomática para seu polêmico programa nuclear, um dia depois de o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluir uma reunião, em Viena, sem aprovar uma resolução sobre o caso iraniano.

"O diálogo cria uma oportunidade nova, e através da cooperação é possível responder a todas as perguntas" sobre o programa nuclear iraniano, afirmou o secretário do Conselho Superior da Segurança Nacional iraniano, Abdel Reda Rahmani Fadli, segundo a agência oficial de notícias "Irna".

Fadli disse que as negociações passadas e as atividades nucleares iranianas mostraram a disposição do Irã à diplomacia e à troca de opiniões.

"Apesar da diplomacia eficaz do Irã, as partes envolvidas nas conversas anunciam sempre que (Teerã) não deve usar a tecnologia nuclear pacífica", acrescentou o responsável iraniano.

O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional confirmou a disposição do Irã em cooperar com a AIEA, e insistiu em que seu país não aceita a politização de seu dossiê nuclear.

O Conselho de Governadores da AIEA finalizou ontem, em Viena, suas consultas sobre o polêmico programa nuclear iraniano, com uma dura troca de acusações entre os Estados Unidos e o Irã.

Os 35 países-membros do Executivo do órgão não aprovaram nenhuma resolução sobre o programa iraniano, já que o dossiê já tinha sido formalmente enviado ao Conselho de Segurança da ONU, que poderia optar por impor sanções ao Irã.

O presidente do Parlamento islâmico do Irã, Gholam Ali Haddad Adel, afirmou que os responsáveis dos assuntos nucleares iranianos serão convocados em breve à Câmara para dar as explicações necessárias sobre o envio do caso nuclear iraniano ao Conselho de Segurança.

Segundo a rádio pública iraniana, Adel insistiu em que "os EUA apóiam Israel, que tem centenas de instalações nucleares, e enfrenta as pesquisas nucleares pacíficas do Irã".

Washington acusa o Irã de manter um programa nuclear com fins militares, enquanto Teerã afirma que seu único objetivo é o de obter energia.