Juiz cancela julgamento de acusados de estuprar e matar estudante, em Tangará

Cancelado o julgamento dos três acusados pelo Ministério Público de estuprar e matar a estudante Flávia de Oliveira da Silva em Tangará da Serra. A decisão revoltou a família da vítima.

Policiais militares montaram um esquema de segurança e fecharam as ruas de acesso à Câmara de Tangará, onde acontecia o julgamento. Dezenas de pessoas aguardavam, do lado de fora, o anúncio da sentença.

Ademir Domingos Martins, Alessandro Alves Viana e José Henrique Alves Viana são acusados de matar e estuprar Flávia Oliveira da Silva (19) em outubro de 2003. Antes do julgamento, houve uma grande discussão entre dois advogados de defesa e o promotor de justiça Vinicius Gayva Martins. O advogado Valter Locatelli acusou o Ministério Público de usar a imprensa para influenciar na decisão do júri depois que reportagens mostraram outro caso de estupro em que uma adolescente de 17 anos apontou os três acusados no caso Flávia de praticarem o crime.

O presidente da OAB em Mato Grosso, Francisco Faiad, fez a defesa da classe depois de ser citado no discurso dos advogados de defesa e do promotor Gayva. O juiz Marco Antônio Canavarros aceitou os argumentos e registrou os fatos. Em seguida ele suspendeu o julgamento e não quis comentar a decisão.

A mãe de Flávia, Terezinha Maria de Oliveira Silva, não se conformou com a posição do juiz. "Acho que isso é brincadeira com sentimentos da família. Dois anos e quatro meses a gente tem que agüentar isso. Só quero justiça, que isso acabe logo", disse, emocionada, a mãe da vítima.

O promotor Vinícius Gayva disse que comunicará a Procuradoria Geral de Justiça e a Corregedoria para adotar providências para "manter em Tangará da Serra o julgamento". A data e o loca do julgamento ainda não estão definidos.