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Internacional
Quarta - 08 de Março de 2006 às 23:55

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O centrista Aníbal Cavaco Silva volta à Presidência de Portugal, em uma cerimônia parlamentar onde lerá seu programa de Governo diante de seu antecessor, Jorge Sampaio, e para 900 convidados nacionais e internacionais.

Cavaco cumpre hoje uma apertada agenda, que inclui um almoço privado com Sampaio e um encontro com o príncipe Felipe de Astúrias.

Outros convidados para a cerimônia que marca o início do mandato de cinco anos de Cavaco começaram a chegar a Lisboa, entre eles o ex-presidente americano George Bush, pai do atual presidente americano, e vários presidentes e governantes de países de língua portuguesa.

Entre outros, estarão presentes os presidentes do Timor-Leste (Xanana Gusmão), de Guiné-Bissau (Nino Vieira), Cabo Verde (Pedro Pires), Moçambique (Armando Guebuza), e São Tomé e Príncipe (Fradique de Menezes), assim como o primeiro-ministro angolano (Fernando Piedade dos Santos).

O Brasil será representado pelo ministro do Controle e da Transparência, Wladir Pires, responsável pela Controladoria Geral da União.

Na sede parlamentar portuguesa, foram intensificadas as medidas de segurança para que amanhã seja, durante algumas horas, o lugar mais seguro de Portugal, enquanto Cavaco Silva se transforma no primeiro presidente de centro-direita desde 1974.

Cavaco Silva, que será o quarto presidente eleito democraticamente desde 1975, fará um discurso de meia hora, segundo fontes próximas a ele, e seu antecessor ficará na tribuna de convidados, sendo esse seu último ato do próprio mandato.

Posteriormente, Cavaco Silva será cumprimentado pelos convidados em um salão, e depois oferecerá um almoço de Estado no Salão dos Espelhos do Palácio de Queluz, onde instalou provisoriamente sua sede após a vitória nas eleições presidenciais de 22 de janeiro.

Enquanto avançam os preparativos, os portugueses continuam se perguntando como ficará o convívio entre um presidente de centro-direita e o Governo socialista de José Sócrates, que também se iniciará amanhã.

Vários economistas portugueses previram um bom convívio entre ambos, que propiciará um ambiente estável, necessário para a recuperação das finanças portuguesas, que há tempo dão sinais de fragilidade e não conseguem se recuperar.

Com a perspectiva do mandato de quatro anos onde obteve a maioria absoluta, Sócrates aplicou desde março do ano passado um rígido programa de ajuste orçamentário, com a intenção de cumprir os critérios de convergência da União Européia.

Miguel Beleza, ex-ministro das Finanças, disse que Cavaco é um "homem de Estado" e não enfraquecerá a ação de Governo, como também disse João Ferreira do Amaral, outro economista e ex-assessor de Sampaio, que não acha que a confiança dos agentes financeiros vai se alterar.

Amaral inclusive julgou que a confiança pode crescer, porque Portugal caminha para um longo período de "estabilidade política", por não haver eleições no calendário político.

Cavaco Silva anunciou durante sua campanha uma cooperação estratégica com o Executivo, mas alertou que estará vigilante para que "o Governo governe bem". "Da minha parte, o Governo, qualquer Governo, pode esperar cooperação, para que Portugal caminhe solidamente os caminhos da modernização e do progresso", afirmou Cavaco ao apresentar seu programa, e no dia de sua vitória prometeu "lealdade, respeito, cooperação e ajuda".

Mas, antes, deixara claro que não abre mão do poder que a Constituição concede a ele, que é terminar o Governo e dissolver o Parlamento, embora espera não chegar a ter razões para usar "poderes tão extraordinários".

Na política externa, o novo presidente deve seguir o caminho europeu de seu antecessor, já que foi chefe de Governo nos primeiros anos de Portugal na União Européia.

Também deve se empenhar em promover o prestígio de Portugal no mundo, em particular nos países que falam português.





Fonte: EFE

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