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Internacional
Quarta - 08 de Março de 2006 às 19:25
Por: Wafa Amr

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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse na quarta-feira que o mundo deve dar ao grupo militante islâmico Hamas uma chance para que ele se torne moderado, enquanto se prepara para formar o novo governo.

Abbas disse que o Hamas precisa mudar sua política. Mas também pediu à comunidade internacional que mantenha o apoio financeiro aos palestinos e respeitem o resultado das eleições democráticas de 25 de janeiro, que levaram o Hamas ao poder.

"O Hamas está no poder agora, e há compromissos internacionais com os quais eles terão de lidar", disse Abbas numa entrevista coletiva durante a visita do presidente da Eslovênia, Janez Drnovsek, a Ramallah.

"Mas não devemos pressioná-los e se transformar de repente de extrema direita em extrema esquerda. Temos de esperar e dar a eles essa chance (de se transformar)."

O Hamas derrotou o movimento Fatah, de Abbas, nas eleições, com uma plataforma baseada no combate à corrupção. O novo governo deve ser formado nas próximas semanas.

O Hamas, cujos estatutos pregam a destruição de Israel, rejeitou os apelos do Abbas e da comunidade internacional para que reconheça o direito de Israel à existência.

Autoridades palestinas próximas a Abbas disseram que o presidente tentará encontrar uma forma de trabalhar junto com o Hamas e adiar ao máximo o que consideram um confronto inevitável.

Segundo a lei palestina, Abbas pode usar seus poderes para vetar leis aprovadas pelo governo do Hamas. Mas, esta semana, o Hamas derrubou emendas que davam ao presidente o direito de nomear juízes, numa atitude de desafio a Abbas.

Diplomatas ocidentais disseram à Reuters que os EUA e alguns países europeus estão decepcionados com a atuação de Abbas e que perderam a confiança em sua capacidade de combater o Hamas. Eles afirmaram não acreditar que o Hamas assuma uma posição mais moderada com o tempo.

Fontes políticas israelenses disseram que será perda de tempo negociar a paz com Abbas, se o acordo seria depois rejeitado pelo Parlamento dominado pelo Hamas.

O Estado judaico recusa-se a negociar com o Hamas, grupo que já planejou quase 60 ataques suicidas contra israelenses desde 2000.

Abbas pediu à comunidade internacional que não "puna o povo palestino por sua opção democrática". O presidente da Eslovênia disse que a ajuda deve ser mantida, para evitar o colapso da Autoridade Palestina. Ele pediu ao Hamas que reconheça Israel e respeite as exigências da comunidade internacional, "senão não terá parceiros".

"Se a ajuda acabar, se a administração desmoronar, haverá caos. Será um cenário catastrófico", disse Drnovsek.





Fonte: Reuters

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