Bachelet promete aprofundar acesso feminino a cargos de chefia

A presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet, se comprometeu hoje a trabalhar para "aprofundar" o acesso feminino a cargos de chefia.

"Faremos todos os avanços que permitam que as mulheres possam ter mais igualdade de oportunidades", disse Bachelet - que assumirá a Presidência do Chile no próximo sábado -, após participar da celebração oficial do Dia Internacional da Mulher no Palácio de La Moneda.

Cerca de duas mil pessoas aplaudiram Bachelet e o atual presidente, Ricardo Lagos, que ressaltou que a liderança encarnada por sua sucessora "reflete a mudança cultural que experimenta o Chile".

Embora não tenha discursado durante o ato, Bachelet falou rapidamente aos jornalistas, aos quais expôs o caminho que ainda precisa ser trilhado no Chile a respeito do papel da mulher.

A presidente eleita acrescentou que os integrantes de sua equipe de Governo "têm a missão de fazer com que a paridade de gênero seja um critério a ser estimulado em todos os níveis".

Bachelet frisou que nos últimos anos houve "avanços substanciais" nesse âmbito, mas ressaltou que "há áreas atrasadas" como a política, e anunciou que uma de suas prioridades será promover "a lei de cotas" para garantir a presença feminina em cargos de responsabilidade.

"Vamos trabalhar sempre para que no país todos tenham igualdade de oportunidades e, certamente, as mulheres também", concluiu.

Ricardo Lagos, em seu discurso, disse que ninguém poderia imaginar, há seis anos - quando celebrou pela primeira vez o Dia da Mulher como presidente -, que ele seria sucedido por uma mulher.

"Essa é a profundidade da mudança. Fomos capazes de dar um salto tremendo para estender os limites do que achávamos possível", afirmou.

Lagos lembrou que, entre 1952 - quando as chilenas obtiveram o direito a voto - e 1990 - quando a democracia foi restabelecida -, apenas seis mulheres foram ministras, contra 490 homens que ocuparam esses cargos.

Nesse contexto, se declarou orgulhoso de que, durante seu Governo, pela primeira vez uma mulher tenha sido presidente da Câmara dos Deputados, outra tenha se tornado juíza da Corte Suprema e, nas Forças Armadas, as primeiras mulheres tenham ascendido a postos de alto comando.