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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 08 de Março de 2006 às 18:04
Por: Karoline Garcia

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No Dia Internacional da Mulher (08.03) membros da Polícia Judiciária Civil comemoraram a presença feminina na instituição. Hoje, elas representam cerca de 25% do efetivo, entre delegadas (31), escrivãs (146) e investigadoras (372). Ao todo, entre homens e mulheres, a Polícia Civil conta com pouco mais de 2.000 servidores e, em breve, com a conclusão do concurso público, haverá um aumento de 900 profissionais.

“É um número expressivo se consideramos que ser policial ainda é uma profissão considerada masculina. A tendência é que esse número aumente cada vez mais, o que será muito positivo, pois a mulher tem uma importância na polícia, principalmente, na questão operacional”, considerou a delegada e secretária adjunta de Justiça e Segurança Pública, Thaís Camarinho. Segundo ela, a investigação feita por mulheres é comprovadamente efetiva, ou seja, tem resultados satisfatórios.

A primeira delegada responsável pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Miedir Santana, se emocionou ao lembrar as dificuldades enfrentadas no período em que esteve na delegacia. Hoje aposentada, Miedir revelou que foram dois os preconceitos marcantes na sua carreira como delegada: ser uma mulher negra e ser uma mulher delegada. “Me orgulho de ter superado esses preconceitos, fui alvo de muita violência, mas agora vejo que a maior violência que podemos cometer é que aquele contra nós mesmas, que é de querer superar tudo sozinha, dar conta de tudo. Temos que repensar nosso papel”, alertou a delegada aposentada.

O diretor metropolitano da Polícia Civil, Pedro Manzan, representou o diretor geral da PJC, Romel Luiz dos Santos. Segundo ele, o primeiro grande evento realizado pelo Cisc demonstra e efetiva necessidade de integração com a sociedade, já que a presença de moradoras foi notável. O Centro Integrado é isso, a aproximação com a sociedade. Queremos uma polícia cidadã que atenda aos anseios da população”, destacou Manzan que elogiou a iniciativa do titular do Cisc Planalto, delegado Wilson Leite.

A presidente do Conselho de Segurança do Planalto, Benedita Souza Mendes, a "dona Morena", destacou que o evento é a mostra de que a polícia e a comunidade podem e devem caminhar juntas. “Foi maravilhoso, esclarecedor. Essa integração é muito importante, principalmente em uma situação importante e satisfatória que é a comemoração do nosso dia”, enfatizou a moradora do bairro.

Também participaram do evento a juíza da 10ª Vara Criminal, Flávia Catarina de Amorim Reis, os delegados titulares dos três Ciscs, além dos delegados adjuntos. Ao final da palestra foi oferecido café da manhã aos presentes.

Avanços

A secretária Thaís Camarinho, proferiu a palestra “A importância da mulher na sociedade” durante o evento comemorativo realizado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania da região do Planalto, que reuniu servidores de diversas unidades da Polícia Civil, representantes da sociedade civil organizada e membros do Judiciário.

Durante a palestra Thaís Camarinho destacou três pontos considerados avanços na legislação sobre questões ligadas à prática de violência contra a mulher. Um deles foi a alteração na lei que garante a notificação compulsória, ou seja, desde 2003, por determinação do Ministério da Justiça, qualquer tipo de violência contra a mulher recebidas em hospitais, para constar nas estatísticas do Ministério da Saúde. “Dessa forma passamos a ter dados reais que servirão para que políticas públicas sejam feitas nessa área”, destacou.

No mesmo ano, dentro da lei que trata das lesões corporais, o que era tratado como simples agressão passou a ser enquadrado como violência doméstica, o que contemplou a valorização da família e não apenas da mulher. Esses casos também passaram a ser atendidos pelas Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher. Por último, há um ano a atualização do Código Penal fez com que termos considerados preconceituosos quando se referia às mulheres fossem retirados e novos textos apresentados.

“Eram situações veladas, mas que até mesmo no Código surgiam, o que dava margem para que o preconceito continuasse. Houve avanço, mas ainda necessitamos de estudos, análises que possam contribuir ainda mais para essa evolução”, avaliou a secretária, que representou o secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira.





Fonte: Assessoria/PJC-MT

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