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Saúde
Quarta - 08 de Março de 2006 às 14:02

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Ao contrário do câncer de colo de útero, que pode ser prevenido, o de mama só é descoberto após o aparecimento de sintomas. O fato reverteu a posição de liderança do colo nesses últimos dois anos, colocando o câncer de mama, que já representava a maior causa de mortalidade (por câncer) nas mulheres, também como o mais comum entre elas. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que em 2006 devem ocorrer 49 mil novos casos no país contra 19 mil de colo do útero. Em Mato Grosso, a estimativa é de 350 novos registros de mama e 280 de colo. Vale lembrar que o comparativo não considera o câncer de pele, mais incidente no país porque acomete ainda grande número de homens.

As informações foram repassadas hoje de manhã durante palestra ministrada para mulheres da comunidade do Parque Atalaia, onde o Projeto Unimediano de Ação Social (ProUnim), da Unimed Cuiabá, atende em torno de 400 pessoas. O objetivo da iniciativa é orientar e homenagear as mulheres daquele bairro em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

De acordo com o mastologista e presidente da Unimed, Kamil Fares, o exame preventivo do câncer de colo permitiu a diminuição de incidência no país. Ao contrário, o de mama tem agravante de ser diagnosticado tardiamente, principalmente na rede pública. Situação grave, pois, segundo ele, mais de 95% das doenças da mama são benignas. No entanto, o fato desmascara um problema social, já que 90% das mulheres assistidas por planos de saúde ou privada, descobrem a doença em fase inicial, contra apenas 10% das atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O câncer de mama incide mais em mulheres com mais de 35 anos. Em homens, a ocorrência é de apenas um caso para cada 100 mil mulheres. Para Célia Prates da Silva, a palestra foi ótima. “Recebemos orientações que em geral não temos nas consultas porque são muito rápidas”, diz, referindo-se ao atendimento no SUS.

Fatores de risco e sintomas - Kamil enfatiza que, ao contrário do que as mulheres imaginam, câncer de mama não causa dor. Explica que a mulher pode identificar o problema com sintomas como vermelhidão e nódulos na mama, ou mesmo aspecto murcho (afundado) da auréola. Foi o que aprendeu Marineide de Amorim Sousa. “Esclareci as dúvidas, principalmente que a gente não sente dor”.

Estudos demonstram que a maturidade mamária diminui o risco de desenvolver câncer. Mas, para isso, as mulheres teriam que engravidar cinco anos depois da primeira menstruação. Como isto é inviável pelo índice de gravidez precoce, pesquisa recente tenta desenvolver medicamento que provoca falsa amamentação. Desta forma, estimulando o “amadurecimento” do órgão e reduzindo a chance de desenvolver a doença.

Acrescenta que o retardamento da gravidez gera o problema porque há “bombardeamento” de hormônios para amamentação, que não ocorre. “Antigamente as mulheres menstruavam 40 vezes em sua fase reprodutiva. Hoje, elas menstruam 400 vezes”. Outros fatores que aumentam os riscos são genética, meio ambiente, faixa etária, tristeza, alimentação, tabagismo, obesidade, estresse e falta de atividade física.

Auto-exame - “Quando a mulher conhece o seu corpo, fica mais fácil identificar alterações na mama. O nódulo do câncer, por exemplo, é duro como uma pedra e é pontudo. É preciso olhar e tocar a mama em posições deitada ou em pé, com os olhos fechados para aumentar a sensibilidade. O exame é feito com o toque de fora pra dentro, ou seja, da axila até a auréola”, explica Kamil Fares.

Para Lucilei Rezende de Souza, a palestra ajudou a mostrar a importância do auto-exame. “Muitas mulheres têm vergonha de tocar a si próprias e, por isso, acabam não fazendo o auto-exame”. Já Gilda Barbosa Duarte lembra que a partir de agora vai pedir ao médico, além do papanicolau, exames de mama.

Conforme Kamil, a mamografia é indicada mais para mulheres com idade acima dos 50 anos, desde que não tenham histórico da doença na família. Para as mais jovens, o exame mais pedido é a ultrasonografia.





Fonte: Pau e Prosa

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