MT tem 63 empresas autuadas em cadastro federal por trabalho escravo
Mato Grosso é o segundo estado da federação em número de pessoas físicas e jurídias incluídas no Cadastro de Empregadores acusados de trabalho escravo. O Estado tem 63 empresas com problemas envolvendo o vínculo empregatício, a maioria no setor agropecuário. O Pará lidera com 166 nomes.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de empregadores flagrados explorando trabalhadores em condições degradantes cresceu 40% entre 2011 e 2012. Só no segundo semestre de 2012 306 nomes foram adicionados ao cadastro.
A lista possui no total 410 empresas e pessoas físicas. Segundo números parciais do Ministério, mais de 2400 trabalhadores foram resgatados em condições análogas ao trabalho escravo neste período.
As principais situações envolvem falta de banheiros e de instalações adequadas. No caso do setor agropecuário, foram registrados casos em que os trabalhadores tiveram documentos apreendidos pelos donos das fazendas e eram obrigados a comer a ração dos animais por falta de comida.
O cadastro foi criado em 2004 para coibir mão de obra escrava. Pelas regras criada pelo MTE, o infrator recebe sanções e fica impedido de obter empréstimo e financiamentos.
Cada empresa permanece, em média, 2 anos com o nome sujo, mas a maioria consegue liberação e volta a adotar a pratica. É o caso da construtora MRV, que foi flagrada na semana passada nesta situação e teve a inscrição suspensa no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
De acordo com o coordenador de Fiscalização contra o Trabaho Escravo do MTE, Alexandre Lira, a meta para 2013 é aprimorar a atividade e efetivar este combate no meio urbano.
"Vamos incrementar a fiscalização na construção civl, onde é comum o aliciamento de mão de obra interna, e nas condições de trabalho no setor têxtil, onde é cada vez maior o trabalho escravo de estrangeiros", afirma.
O setor carvoeiro contém 72 denúncias. Depois de Pará e Mato Grosso, Goiás, Maranhão e Minas Gerais despontam entre os Estados com maior número de registros. Empresas de grandes lojas de roupas passarão a ser fiscalizadas por conta de denúncias de contratação ilegal de bolivianos e chineses.
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