Gesto racista pode encerrar carreira de Antônio Carlos

A denúncia de insultos racistas contra o jogador Jeovânio, do Grêmio, pode encerrar a carreira de Antônio Carlos. Se os auditores do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) gaúcho aceitarem as teses da acusação, o zagueiro do Juventude, 37 anos, pode ser suspenso por até 780 dias.

O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não contém especificações para atos de racismo, mas o jogador foi citado em dois artigos. O 253 refere-se a agressão física contra participante de evento esportivo, enquanto o 187, no qual pode ser incluído duas vezes, fala sobre ofensas morais.

Qualquer que seja a decisão do TJD-RS, caberá recurso no pleno do próprio órgão e, depois, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). É provável que o julgamento seja marcado para a quarta-feira da próxima semana.

A procuradoria pediu também a suspensão preventiva de Antônio Carlos por 60 dias, devido à gravidade do fato. No jogo contra o Grêmio, o jogador foi expulso por ter dado uma cotovelada em Jeovânio. Na saída de campo, fez gestos supostamente racistas e teria chamado o rival de "macaco".

"O jogador está incurso duas vezes no artigo que trata de ofensas morais porque entendemos que foram dois momentos diferentes. Primeiro, o gesto: ele passa o dedo no braço, dirigindo-se ao Jeovânio. Depois, passa o dedo no outro braço e xinga o adversário", declarou o procurador Alberto Franco. Somadas as penas máximas pela inclusão em cada artigo, a suspensão pode chegar a 780 dias.