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Internacional
Terça - 07 de Março de 2006 às 22:33

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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, apresentou hoje seu plano de reestruturação da gestão do organismo, que prevê um uso mais eficaz do orçamento e a terceirização de serviços administrativos no exterior.

Annan distribuiu seu plano de reforma da gestão administrativa da ONU aos 191 países da Assembléia Geral, que terão a última palavra ao aceitar ou não estas propostas.

"Em muitos aspectos as normas e regulamentos da ONU não respondem às necessidades atuais, e por esta razão é muito difícil que a organização possa fazer seu trabalho de forma eficaz", declarou Annan, após apresentar o documento.

As propostas de Annan se encontram detalhadas em um relatório que leva o título "Investindo na ONU", que inclui, entre outros aspectos, programas de capacitação dos altos funcionários do organismo e uma gestão mais eficaz do orçamento.

O plano também prevê a terceirização de alguns dos serviços internos do organismo, como as traduções, a impressão de documentos e a gestão de recursos humanos, além da transferência de escritórios a países que ofereçam custos menores, como poderia ser o caso da China e outras nações asiáticas.

"Estamos particularmente interessados em explorar os benefícios de um possível remanejamento de certas funções administrativas a países com custos mais baixos, mas devemos analisar com detalhe o custo-benefício em cada um dos casos", diz o dossiê.

Annan também propõe que o posto de vice-secretário-geral da ONU seja definido como um cargo administrativo e de gestão, assim como que se dêem mais poderes ao secretário-geral para que possa destinar fundos e redistribuir o pessoal segundo as necessidades do momento.

Outra proposta de Annan é que os 25 departamentos da ONU, além de outras entidades que agora têm de prestar contas diretamente ao secretário-geral, sejam reorganizadas sob a supervisão de um subsecretário geral em cada divisão.

"A atual estrutura administrativa do Secretariado não está bem equipada para tramitar as grandes e complexas operações, e o secretário-geral, como chefe administrativo principal, tem muitas pessoas que respondem diretamente a ele", diz o relatório.

Outra novidade incorporada no plano de reforma é a criação da figura de um chefe do departamento de tecnologia da informação, que teria a categoria de subsecretário geral.

A substituição dos antiquados sistemas de informática custará US$ 120 milhões, e o plano de capacitação de funcionários demandará um orçamento adicional de US$ 100 milhões, segundo aponta o relatório.

Annan também faz um apelo pela melhoria dos salários e benefícios dos funcionários da ONU servindo em diferentes lugares do mundo em missões políticas e pacificadoras, e que representam 36% dos 30 mil empregados do organismo.

No total, os novos investimentos propostos por Annan superam US$ 500 milhões, mas se calcula que poderiam ser economizados entre US$ 100 milhões e US$ 400 milhões em questões relacionadas à melhora do sistema de abastecimento, através da terceirização no exterior.

Annan assinalou que essas novas fontes de despesas são "plenamente justificadas como um investimento no futuro da ONU", e expressou sua certeza de que trarão grandes benefícios a médio e longo prazo.

Os EUA, que contribuem com 20% do orçamento geral da ONU e com 22% das operações de paz, foi o país que liderou a campanha para as reformas administrativas do organismo mundial, após o escândalo de corrupção do programa humanitário para o Iraque "Petróleo por Comida".

Annan ressaltou que seu plano de reforma administrativa não está dirigido a acalmar os ânimos de um ou dois contribuintes da organização, mas será em benefício das centenas de milhões de pessoas no mundo todo que necessitam dos serviços da ONU.

"Os Estados-membros devem estar preparados para fazer grandes investimentos se querem que a ONU alcance o nível de eficácia que eles e sua população esperam", declarou Annan.





Fonte: EFE

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