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Internacional
Terça - 07 de Março de 2006 às 12:40

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Jerusalém - Apesar de se encontrar em estado de coma desde o início de janeiro, o primeiro-ministro afastado Ariel Sharon deverá ter um papel importante na campanha eleitoral. Tanto o partido Kadima, fundado por ele, como o Likud devem usar a imagem de Sharon na propaganda eleitoral. A propaganda nos canais abertos da televisão é vista como a reta final da campanha que começou há mais de três meses, desde que Sharon anunciou a antecipação das eleições para 28 de março.

Três semanas antes do pleito, 31 partidos disputam os votos dos eleitores israelenses, mas, segundo as pesquisas, apenas 11 partidos têm chances de obter o mínimo necessário de votos para obter uma cadeira no parlamento.

Pesquisa De acordo com a pesquisa do jornal Yediot Ahronot, o partido de centro, Kadima, se encontra em primeiro lugar, com 38 das 120 cadeiras do parlamento.

Em segundo lugar está o Partido Trabalhista, com 20 cadeiras, seguido pelo partido da direita, o Likud, com apenas 15. O Partido Trabalhista, comandado pelo líder sindical Amir Peretz, está dando destaque a questões socio-econômicas.

Já o Kadima e o Likud se concentram mais na questão do conflito entre Israel e os palestinos. De acordo com o analista Sever Plotzker, do jornal Yediot Ahronot, "a agenda socio-econômica foi posta de lado com a vitória do Hamas nas eleições palestinas, pois as questões existenciais do país voltam a preocupar os israelenses".

O slogan principal da campanha do Likud, liderado pelo ex-primeiro-ministro Binyamin Netaniahu, é "Forte diante do Hamas - Likud/Netaniahu".

Já o slogan dos trabalhistas é "Lutaremos contra o terror e venceremos a pobreza". "Kadima (para a frente) Israel" é o mote da propaganda do partido que lidera as pesquisas.

O Kadima, encabeçado pelo primeiro-ministro em exercício, Ehud Olmert, apresenta uma linha de seguir a política unilateral iniciada por Ariel Sharon com a retirada da Faixa de Gaza.

De acordo com Avi Dichter, um dos principais líderes do partido e ex-chefe dos serviços secretos, a vitória do Hamas significa que Israel não tem um parceiro para a negociação do lado palestino e portanto "terá de determinar suas fronteiras de maneira unilateral".

Dichter declarou que, depois das eleições, o Kadima vai conduzir a retirada unilateral de parte dos assentamentos da Cisjordânia, porém Israel vai manter o controle militar das áreas desocupadas.

Já o Likud acusa o Kadima de querer entregar partes da Terra de Israel ao Hamas e é contra qualquer retirada israelense da Cisjordânia.

Apesar da vitória do Hamas, o Partido Trabalhista continua apoiando o caminho do diálogo com os palestinos. O líder do partido, Amir Peretz, se encontrou com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e disse que Israel deve fazer tudo para reforçar a liderança palestina moderada.

A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, do Kadima, afirmou que "depois da vitória do Hamas, Mahmoud Abbas passou a ser irrelevante".





Fonte: BBC Brasil

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