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Internacional
Terça - 07 de Março de 2006 às 10:22

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A mídia chinesa era só elogios na terça-feira ao taiuanês Ang Lee por seu Oscar de melhor diretor por "O Segredo de Brokeback Mountain", mas a imprensa estatal cortou parte do discurso do cineasta, no qual ele agradecia a todo mundo em Taiwan, na China e em Hong Kong.

Pequim considera Taiwan seu território e censura qualquer referência sugerindo que a ilha autogovernada não faça parte de "uma só China". Hong Kong passou do governo britânico ao chinês em 1997.

"Ang Lee usa o chinês para agradecer no Oscar", dizia uma manchete na primeira página do jornal Beijing Youth. A televisão estatal também cortou o trecho em que Lee agradecia aos dois caubóis gays, protagonistas de seu filme. A homossexualidade era considerada um distúrbio mental na China até 2001 e ainda é uma questão altamente delicada no país.

"Ang Lee é o orgulho do povo chinês em todo o mundo, e ele é a glória do talento cinematográfico chinês", derramava-se em elogios o China Daily.

Mas o jornal estatal não mencionou que "O Segredo de Brokeback Mountain" não seria distribuído nos cinemas chineses, e só estaria disponível em cópias piratas no país.

O filme não foi incluído na curta lista de longas estrangeiros aprovada pelo governo para exibição nos cinemas chineses este ano, uma medida que é praticamente uma proibição.

O primeiro sucesso internacional de Lee "O Tigre e o Dragão", que ficou com recebeu em 2001 os Oscar de melhor filme estrangeiro, montagem, direção de arte e música, não se saiu muito bem nas bilheterias chinesas, e foi descrito pelo público e crítica como um trabalho para agradar a audiência ocidental.





Fonte: Reuters

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