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Terça - 07 de Março de 2006 às 10:02

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A presidente da Agência de Saneamento da Capital (Sanecap), Eliana Rondon, juntamente com uma equipe técnica realizou segunda-feira, dia 06, uma visita na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Tijucal. O objetivo foi pronunciar sobre o acidente ocorrido no último dia 14. O fato aconteceu enquanto operadores da Sanecap testavam um cilindro de cloro gasoso, que resultou no vazamento de 900 kg do produto, que é altamente tóxico e corrosivo.

A perícia requerida através de documento pelo deputado estadual Carlos Brito (PDT), dois dias após o acidente, ainda não foi realizada. No requerimento, o parlamentar solicitou ainda várias informações a Sanecap, que é responsável pela área de água e esgoto de Cuiabá.

Brito, que acompanhou a visita a convite da presidente, argumentou que a questão é grave, uma vez que todas as estações de água de Cuiabá e do interior do Estado utilizam o mesmo produto e o mesmo procedimento.

“O que aconteceu na ETA do Tijucal pode acontecer na estação da avenida São Sebastião, no Ribeirão do Lipa e nas outras estações daqui e dos outros municípios. O cloro utilizado é muito perigosol, podendo matar um ser humano em apenas um minuto, dependendo do contato que ele tiver com a substância. Graças a Deus nada mais grave aconteceu e ninguém ficou ferido”, ressaltou o deputado, salientando que os técnicos são preparados para conter pequenos vazamentos e que a atual administração da Sanecap já havia adquirido equipamentos, como roupas adequadas, para acidentes dessa natureza.

O parlamentar questionou, porém, o fato de que essas roupas, que são mínimas, estejam na sede da instituição, longe de onde possa acontecer os acidentes. “Cada ETA precisa ter esses kits, que deveriam estar sendo usados pelos operadores enquanto manuseiam os cilindros e não depois que acontece o acidente”.

Todas as ETAs utilizam cilindros de cloro gasoso, um em utilização e outro de reserva. Cada um pesa duas toneladas quando cheio. Eles são envasados em Goiânia e trazidos para Cuiabá. Uma das medidas que serão tomadas pela Sanecap será o armazenamento destes cilindros em uma área específica. Dessa forma só ficará na estação o cilindro que estiver em uso, o que, no entendimento de Brito vai minimizar as chances de acidentes.

“O número de cilindros não será reduzido, mas o produto só será transportado para as ETAs quando houver necessidade. No caso da estação do Tijucal, a casa das máquinas, onde atualmente é feito este armazenamento, fica muito próximo à população, na rua São João Del Rey. A justificativa é que quando construída ainda não havia o bairro. Já no caso da ETA na avenida São Sebastião, o perigo é ainda maior, pois a estação está rodeada de edifícios, moradias e outras construções. Precisamos nos prevenir”.

Como participou da visita, Brito concluiu que não se pode responsabilizar a Prefeitura pelo ocorrido, já que o problema existe há mais de 30 anos, mas que as medidas para evitar novos problemas devem ser tomadas imediatamente.

Empréstimo prevê estruturação do abastecimento

O risco de acidentes, como o ocorrido na ETA do Tijucal, que colocou em risco a vida dos moradores e funcionários da Sanecap, poderá ser minimizado com a liberação de empréstimo de aproximadamente R$ 56 milhões ao Governo Estadual, junto à Caixa Econômica Federal (CEF). A autorização para o financiamento foi aprovado pela Assembléia Legislativa em dezembro do ano passado, encaminhamento que contou com ação do deputado Carlos Brito.

O recurso, que deveria ter parte autorizada ainda em 2005, será totalmente viabilizado para estruturação do abastecimento de água na capital, que se encontra gravemente comprometido. O valor deve ser investido na duplicação da Estação de Tratamento de Água do Tijucal e na construção de várias adutoras, inclusive para atender a região da Grande Morada da Serra.

Carlos Brito recorda, porém que, embora o Legislativo tenha aprovado Projeto de Lei que autoriza o financiamento a ser destinado à estruturação do abastecimento de água, é necessária a aprovação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e que para isso não há um prazo definido.

“Um acidente como este, um vazamento de produto tão perigoso, poderia ter tido um desfecho pior, o que prova a necessidade da liberação do empréstimo. Com este dinheiro poderemos solucionar os problemas das estações, que são antigas e precisam de novas estruturas. Não podemos ficar de braços cruzados. Precisamos tomar alguma providência enquanto a STN não libera este valor, embora não irá reverter totalmente o problema”, argumentou o deputado, sugerindo uma parceria entre União, Estado e Município.

Segundo ele, o prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) divulgou ter recursos de R$ 11 milhões oriundos de emendas de deputados federais para esse tipo de obra. Em reunião com o governador Blairo Maggi, Brito foi informado que o Estado também está disposto a contribuir com R$ 5 milhões para esta causa. “Já temos R$ 16 milhões. Juntos podemos resolver boa parte do problema enquanto espera-se a autorização do empréstimo. Basta agora que o município entre com outra parte e viabilize o que for necessário para solução emergencial”.





Fonte: O Estadão

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