Ineficiência da pecuária gera prejuízo anual de R$ 1,08 bilhão em MT

Aumento da produtividade por área, melhoria da qualidade e sanidade do rebanho, certificação e aumento da renda do produtor. Estes são os principais objetivos da “Jornada Técnica da Pecuária”, que será lançada nesta segunda-feira (06.03), às 8 horas, no Salão Nobre do Palácio Paiaguás, pelo governador Blairo Maggi, os secretários de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, e o adjunto de Gestão e Agronegócios, Rodrigues Palma.



A meta do programa, que também deve ocorrer com as principais cadeias produtivas do Estado, é contemplar os 60 municípios que possuem o maior rebanho e oferecer informações e tecnologia – via palestras e demonstrações práticas em campo – para cinco mil produtores.

Na apresentação do programa, Vettorato e Palma vão informar que, apesar de o Estado manter o maior rebanho do País, com 26,8 milhões de cabeças, os produtores têm que melhorar a qualidade e produtividade do rebanho. Motivo: com um aproveitamento (desfrute) de apenas de 20% do rebanho, abate anual de 5,4 milhões de cabeças – média de 15 arrobas por animal – , com uma produção de 1,2 milhão de toneladas de carne, a produtividade de 50 quilos de carne por hectare (ha) em Mato Grosso é considerada baixa num rebanho que ocupa 24 milhões de ha. A estimativa é dobrar essa produção.

Para aumentar a produtividade, numa simulação que será feita durante a palestra, Vettorato irá informar que, com o aumento de pelo menos cinco quilos por hectare, utilizando a mesma área, seria possível aumentar 718 mil cabeças, sem acréscimo de área de pasto. No Estado, pelo menos quatro milhões de hectares de pastagem não estão agregando renda ao produtor.

Matrizes

No Estado, estima-se a existência de 4,5 milhões de matrizes improdutivas. Levando-se em consideração que cada vaca no pasto custa R$ 240,00 por ano, assinala Vettorato, o custo da ineficiência da pecuária mato-grossense chega ao número alarmante de R$ 1,08 bilhão ou R$ 39,00 por hectare.

Dos 26,8 milhões de cabeças de gado do Estado, 6.059.115 têm idade de 0 a 12 meses, sendo 3.122.917 machos e 2.936.198 fêmeas; 5.433.904 situa-se na faixa etária de 12 a 24 meses, com 2.824.287 machos e 2.609 fêmeas no plantel; 5.513.531 animais entre 24 e 36 meses, distribuídos entre 3.000.398 machos e 2.513.133 fêmeas. Já o rebanho acima de 36 meses é de 9.688.889 cabeças divididos em 1.552.788 machos e 8.136.101 fêmeas.

Conforme levantamento do Governo, a taxa de nascimento é de 57%, com 6.059.115 nascimentos por ano. O total de fêmeas reprodutivas chega a 10.649.234 cabeças. Já as fêmeas destinadas ao descarte totalizam 4.590.119 animais e o machos acima da idade de abate somam 1.552.788.

Lavoura-Pecuária

Na jornada, o governo vai defender a técnica da implantação do sistema de integração lavoura-pecuária, que consiste em conciliar a pecuária bovina e a produção de grãos na mesma área de terra. É o agronegócio trabalhando por mais renda, por meio do uso de tecnologia para recuperação dos terrenos degradados e a reforma de pastagens.

A rotação de culturas é feita por técnicas de plantio direto, que reduzem o risco dos sistemas tradicionais de produção nas propriedades. O sistema de integração lavoura-pecuária tem revelado um melhor rendimento do rebanho bovino por meio de exemplares de boa genética e produtos animais de qualidade.

A vantagem deste sistema é que o pecuarista não gasta com a recuperação das pastagens e ainda ganha, por exemplo, com o arrendamento da área, além de não prejudicar a oferta de pasto ao gado, evita a degradação das pastagens, dobra a receita hectareano e receber as vantagens do programa ambiental, o MT Floresta.

Municípios

Nos Municípios, a começar por Cáceres (225 km a Leste de Cuiabá), dia 16 de março, serão abordados com os produtores sete temas ligados ao elo da cadeia produtiva da pecuária: comercialização, alimentação, manejo, melhoramento genético, sanidade e custos na pecuária. Sobre comercialização, a equipe da Seder e o coordenador do Programa de Melhoramento da Pecuária (Promepe) da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), Júlio César Malheiros e o médico veterinário e consultor em pecuária de corte, Zeno Albert, vão abordar a situação atual da pecuária e perspectivas, panorama das exportações de carne bovina, perspectivas de aumento de consumo, fatores que influenciam no embargo das exportações, sanidade – qualidade da carne - bem estar animal e rastreabilidade.

A jornada será realizada nos Municípios de Cáceres, Mirassol, Quatro Marcos, Araputanga, Jaciara, Juscimeira, Guiratinga, Itiquira, Poxoréu, Paranatinga, Chapada dos Guimarães, Barra do Bugres, Poconé, Santo Antônio do Leverger, Livramento, Tangará da Serra, Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Rondonópolis, Primavera do Leste, Itaúba, Santa Helena, Marcelândia, Colíder, Peixoto, Matupá, Terra Nova do Norte, Guarantã do Norte, Novo Mundo, Pontes e Lacerda, Comodoro, Vila Bela Santíssima, Alta Floresta, Carlinda, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Nova Canaã, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Canarana, Ribeirão Cascalheira, Campinápolis, Novo São Joaquim, Porto dos Gaúchos, Juara, Juína, Juruena, Aripuanã, Brasnorte, Vila Rica, Santa Terezinha, Confresa, Cana Brava do Norte, São José do Xingu, Alto da Boa Vista e São Félix do Araguaia.