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Segunda - 06 de Março de 2006 às 13:33
Por: Rosi Medeiros

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O Governo do Estado quer aumentar a produtividade e a qualidade da carne bovina produzida em Mato Grosso, para que os pecuaristas mato-grossenses possam aumentar a participação do estado no mercado mundial. Com essa finalidade, foi lançada nesta segunda-feira (06.03), no salão nobre do Palácio Paiaguás, o projeto “Jornada Técnica da Pecuária”, por meio do qual o Estado levará informações sobre o mercado e de tecnologias para cinco mil produtores. As palestras técnicas serão realizadas em 60 municípios que concentram a maior parte do rebanho estadual, que hoje é de 26,8 milhões de cabeças, o maior do país.

Atualmente, no país e em Mato Grosso a taxa média de aproveitamento para comercialização do rebanho bovino é de apenas 20%. De acordo com dados da secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), o rendimento de carne bovina por hectare é pequeno diante do potencial que o estado tem. “Temos um potencial enorme para evoluir e crescer. Hoje produzimos 50 kg por hectare e, se falarmos em produzirmos 100 kg por hectare não é nada de assombroso, não. Basta algumas ações, algumas medidas, com melhoria de pastagem, do manejo, que nós vamos chegar lá”, afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato.

O programa da Jornada Técnica da Pecuária inclui informações sobre as perspectivas de mercado para exportação da carne bovina, orientações práticas de como o pecuarista pode melhorar o rendimento com a sua produção, por meio de melhorias na genética, manejo, alimentação, sanidade animal. “Levaremos informações de forma bem objetiva, de como o pecuarista pode melhorar sua produtividade, taxa de desfrute (aproveitamento) e de natalidade”, informou Vettorato. O curso inclui uma apostila com 140 páginas de orientações.

O projeto do governo atingirá pequenos e médios pecuaristas, que concentram a maioria do rebanho bovino do Estado. De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), 81% do rebanho do Estado estão em pequenas e médias propriedades rurais, sendo 45% (12.068.502 animais) em fazendas com até 1 mil cabeças de gado e outros 36%, que correspondem a 9.761.700 animais, em propriedades com até 5 mil cabeças de gado. “Estes números desmistificam a suposição de que o estado só tenha grandes produtores. Isto demonstra claramente a necessidade do governo estar presente, por meio do Indea, levando novas técnicas e estimulando o produtor”, disse o governador Blairo Maggi.

O levantamento do Indea sobre o perfil do pecuarista matogrossense mostrou que 11% do rebanho bovino está em propriedades que têm entre 5 mil a 10 mil cabeças de gado, totalizando 2,92 milhões animais; outros 5% do rebanho estão em fazendas que têm ente 10 a 20 mil bovinos, o que corresponde a 1,32 milhão cabeças de gado e outros 3%, em propriedades rurais que têm acima de 20 mil animais, totalizando nestas fazendas 763,4 mil animais.

COMPETITIVIDADE – De acordo com o governador Blairo Maggi, o projeto Jornada Técnica da Pecuária é uma forma de o Estado ajudar na busca de soluções para a crise que o setor pecuária vive neste momento. Um dos fatores da crise é o embargo do mercado Europeu à carne brasileira por causa do surgimento de febre aftosa em alguns Estados, como Mato Grosso do Sul e Paraná.

Para o coordenador do projeto e consultor de pecuária de corte, Zeno Albert, o momento de instabilidade não pode tornar os pecuaristas pessimistas em relação à atividade. “O nosso temor é de que muitos pecuaristas saiam da atividade e no momento que quiserem retornar seja muito difícil”, comentou. “Hoje o Brasil desponta como grande exportador de carne do mundo. De repente esta situação se inverte (da crise) e se o produtor está fora da atividade, ele irá perder esta ocasião de se beneficiar da situação”, avaliou. Por isso, o especialista aposta na necessidade de o pecuarista investir em tecnologia que, segundo ele, não se traduz em altos investimentos em termos de valores. “Estamos desenvolvendo este trabalho para levar tecnologia para o produtor, mostrar que tem muita coisa que pode ser feita, com custo muito barato”, afirmou.

O projeto Jornada Técnica da Pecuária, que faz parte do programa MT Regional, do Governo do Estado, tem como parceiros diversos órgãos estaduais e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado (Sindifrigo), Federação da Agricultura e Pecuária de MT (Famato) e Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa).

“É a primeira vez que um Governo tem um projeto visando à melhoria e à qualidade da pecuária mato-grossense. A preocupação do setor público com a produtividade, com a comercialização, com treinamento de todos os assuntos que nos afligem”, afirmou o presidente da Acrimat, Jorge Pires.





Fonte: Secom-MT

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