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Internacional
Segunda - 06 de Março de 2006 às 12:50

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O conflito em torno do programa nuclear iraniano surgiu no final de 2002, quando um canal de televisão dos EUA divulgou imagens feitas por satélite de duas instalações nucleares iranianas desconhecidas até então, Arak e Natanz.

Na época, Teerã aceitou ser inspecionado por analistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e começou um processo no qual destacam as seguintes datas: 2003 ---- - Fevereiro: o presidente do Irã, Mohammad Khatami, garante que seu país produzirá combustível nuclear para seu programa atômico civil. Inspetores da AIEA começam a supervisionar as instalações nucleares.

- Junho: o diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, diz que o Irã manteve partes de seu programa nuclear em segredo.

- Outubro: durante reunião com os ministros de Exteriores da Alemanha, França e o Reino Unido (UE-3), o Irã aceita assinar o Protocolo Adicional do TNP (Tratado de Não-Proliferação de armas nucelares) e suspender os trabalhos de enriquecimento de urânio. O país aceita cooperar totalmente com a AIEA e pára de enriquecer urânio.

- Novembro: a AIEA aponta que o Irã reconhece ter produzido pequenas quantidades de urânio altamente enriquecido, capaz de alimentar armas nucleares. No entanto, destaca que não há provas de que tenha intenção de construir bombas atômicas.

- Dezembro: O Irã oficializa a adesão ao Protocolo Adicional do TNP.

2004 ---- - Fevereiro: diferentes fontes sustentam que o "pai" da bomba atômica paquistanesa, Abdul Qadeer Khan, compartilhou tecnologia e conhecimentos nucleares com o Irã.

- Setembro: o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, pede que sejam aplicadas sanções ao Irã pela suposta ameaça que representaria seu programa nuclear.

- Novembro: o UE-3 convence Teerã a interromper, durante o processo de negociação, todas as atividades relacionadas ao enriquecimento de urânio.

2005 ---- - Abril: o Irã anuncia que converterá urânio na central de Isfahan.

- Maio: o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, ameaça recorrer ao Conselho de Segurança da ONU se o Irã reativar a conversão de urânio. Teerã aceita aguardar até agosto para avaliar a proposta de incentivos econômicos e políticos do UE-3.

- Junho: o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad ganha as eleições presidenciais no Irã.

- Julho: o Irã lembra que tem o direito inalienável de desenvolver um programa nuclear pacífico.

- Agosto: Teerã anuncia que iniciará parte do processo de conversão de urânio em Isfahan e considera inaceitável o plano de incentivos econômicos proposto pelo UE-3.

- Setembro: o Conselho de Governadores da AIEA decide que o Irã violou, no passado, obrigações de salvaguarda internacional. De acordo com o estatuto da AIEA, a resolução deve gerar uma denúncia ao Conselho de Segurança, mas sem prazo definido.

- Novembro: a AIEA não denuncia o Irã ao Conselho para dar mais tempo às iniciativas diplomáticas do UE-3 e da Rússia.

- Dezembro: o UE-3 torna a se reunir com o Irã, sem resultado concreto, mas marca uma nova conversa para janeiro para determinar se as negociações formais serão retomadas.

2006 ---- - 9/10 de janeiro: o Irã rompe os lacres de três usinas nucleares para dar início aos trabalhos de "pesquisa nuclear", o que gera uma onda de protestos internacionais.

- 12 de janeiro: o UE-3 pede uma reunião de emergência da AIEA para levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, que pode impor sanções.

- 31 de janeiro: os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido -, mais Alemanha e a UE, indicam, em Londres, que o Conselho da AIEA deve enviar o relatório sobre o Irã ao órgão da ONU em sua reunião de emergência de 2 de fevereiro.

- 4 de fevereiro: o Conselho da AIEA emite uma resolução que remete o relatório do Irã ao Conselho de Segurança, com o apoio de 27 países, cinco abstenções e a rejeição da Venezuela, Cuba e Síria.

O Irã anuncia que restringirá o acesso da AIEA às suas instalações atômicas e que retomará o programa de enriquecimento de urânio a pleno vapor.

- 5 de fevereiro: o vice-presidente iraniano, Gholamreza Aghazadeh, garante que seu país manterá a cooperação com a AIEA e não abandonará o diálogo com Ocidente.

- 14 fevereiro: o Irã confirma que reativou as atividades nucleares na usina de Natanz.

- 20 fevereiro: a Rússia e o Irã terminam, sem acordo, a primeira rodada de consultas sobre a iniciativa do Kremlin de enriquecer urânio em território russo para abastecer as centrais nucleares iranianas.

- 1º março: A terceira rodada de negociações entre Moscou e Teerã sobre a proposta do Kremlin de enriquecer urânio em solo russo para as usinas atômicas iranianas termina sem avanços.

- 3 março: Mais uma reunião, dessa vez em Viena entre representantes da UE e do Irã, termina sem consenso.

- 5 março: O Governo iraniano alerta para as "repercussões" caso seu dossiê sobre o programa nuclear chegue à ONU. Em Viena, começa uma reunião da AIEA para analisar a situação. Os EUA ameaçam o Irã com "tangíveis e dolorosas conseqüências" internacionais se insistir em levar adiante seu programa nuclear.





Fonte: EFE

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