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Segunda - 06 de Março de 2006 às 12:14
Por: Arthur Spiegelman

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A cerimônia de premiação do Oscar tirou do armário os filmes com temática gay, mas colocou-os de volta quase imediatamente em seguida. "O Segredo de Brokeback Mountain", sobre caubóis gays e favorito absoluto, deu a Ang Lee o Oscar de melhor direção, mas surpreendentemente perdeu na categoria de melhor filme para o drama racial "Crash — No Limite".

A vitória para "Crash" sugere que os eleitores do Oscar se sentem mais confortáveis com uma trama que explora o conflito racial na Los Angeles contemporânea do que com uma história de amor entre dois homens casados.

"Talvez a verdade seja que os norte-americanos não querem que os caubóis sejam gays", disse Larry McMurtry, 69, que dividiu o Oscar de melhor roteiro adaptado com Diana Ossana por "Brokeback".

Nunca uma história abertamente de amor gay havia sido premiada na categoria melhor filme. A grande questão na noite do Oscar era se Hollywood, que costuma sair na frente pelas questões sociais, iria quebrar outro tabu.

O crítico do Los Angeles Times Kenneth Turan viu o fracasso de "Brokeback Mountain" como uma prova de que Hollywood ainda não está pronta para aceitar o tema do amor homossexual. "Apesar de todas as capas de revistas que emplacou, apesar (ou talvez por causa) de todas as piadas em talk-shows noturnos, não se pode fazer uma análise da indústria sem perceber que ''Brokeback Mountain'' deixou várias pessoas desconfortáveis", disse. "Portanto, para quem estava embaraçado com ''Brokeback Mountain'', mas queria ser capaz de se olhar no espelho e se sentir bem, como um produtivo liberal, ''Crash'' forneceu o abrigo perfeito."

BROKEBACK E CRASH GANHAM 3

"Brokeback Mountain" liderava a corrida com oito indicações ao Oscar, mas terminou a disputa com apenas três prêmios, vencendo ainda na categoria de melhor trilha original.

Hoffman ganhou o Oscar de melhor ator por seu papel de Truman Capote em "Capote", que mostra a viagem do escritor gay ao Kansas para relatar o assassinato de quatro membros de uma família em seu clássico livro "A Sangue Frio".

A queridinha de Hollywood, Reese Witherspoon, ficou com o Oscar de melhor atriz por seu trabalho como a cantora country June Carter na cinebiografia de Johnny Cash "Johnny e June". "Crash", que cobre um período de 36 horas em Los Angeles, no qual pessoas de várias raças colidem de forma a destacar o fanatismo, ficou empatado com "Brokeback" com três Oscar.

O diretor e roteirista de "Crash", Paul Haggis, disse que estava "chocado, chocado" com a vitória. "Ainda estamos tentando descobrir se conseguimos isso", disse ele, agarrado à estatueta dourada.

"Não esperávamos por isso. Você tem esperança, mas tínhamos um filme muito pequeno... este foi um ano em que Hollywood recompensou quem rompeu as normas."





Fonte: Reuters

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