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Saúde
Segunda - 06 de Março de 2006 às 09:33

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Começa hoje em Mato Grosso a vacinação oral de crianças contra o rotavírus. A aplicação será feita em duas doses: a primeira delas em crianças de dois ou três meses e a segunda em crianças de quatro ou cinco meses, obrigatoriamente. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, todos os municípios mato-grossenses receberão as doses para vacinação. As vacinas estão disponíveis nos postos de saúde.

O Ministério da Saúde enviou o primeiro lote da vacina contra o rotavírus aos estados brasileiros, totalizando 539,2 mil doses. A meta do ministério é reduzir em até 42% o número de internações por gastrenterite infecciosa, o que siginifica 44.469 atendimentos a menos nas unidades de saúde.

Para Mato Grosso, o Ministério da Saúde disponibilizou 9.300 doses da vacina distribuídas aos 141 municípios mato-grossenses. Do total de doses, Cuiabá recebeu 900 e Várzea Grande 500 doses. Vale lembrar que os pais também devem levar o cartão de vacinação para que possam atualizar possíveis vacinas em atraso.

O rotavírus é responsável por grande parte dos casos e mortes causadas por diarréia em crianças em todo o mundo.O governo federal espera evitar, com a vacina, cerca de 850 mortes, o que corresponde a 34% do total de mortes que ocorre em menores de cinco anos, segundo estudos sobre o uso da vacina.

Saiba mais sobre o rotavírus

O que é Rotavirose?

É uma doença diarréica aguda (diarréia) causada por vírus. Estes vírus são considerados os mais importantes causadores da diarréia grave, em todo o mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos. Crianças prematuras, de baixo nível sócio-econômico ou com deficiência imunológica estão sujeitas à manifestação da doença de maior gravidade. Adultos também podem ser infectados, mas a doença tende a ser bastante moderada. Os rotavírus são também responsáveis por ocasionar surtos em escolas (pré-escolas), berçários, creches e hospitais.

O intervalo entre a contaminação e o aparecimento da doença varia de um a dois dias.

Qual o microrganismo envolvido?

São os vírus da família Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento sete grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em várias espécies de animais e os grupos A, B e C são associados à doença no homem.

Quais os sinais e sintomas?

Os principais sinais e sintomas da doença são: diarréia abundante (de três a oito dias), vômitos, febre alta e com freqüência dores abdominais. Geralmente esta sintomatologia permanece entre cinco e sete dias. Dores abdominais ocorrem com freqüência. Uma das complicações é a desidratação grave que se não tratada de forma precoce e adequada, pode ser fatal.

Como se transmite?

O rotavirus é eliminado em grande quantidade pelas fezes do doente, sendo a transmissão pela via fecal-oral ou provavelmente por secreções respiratórias (contato com secreções de pessoas infectadas). A água e os alimentos contaminados também podem ser fontes de transmissão do rotavírus.

Como deve tratar?

- O tratamento deve ser orientado por um profissional da área da saúde;

- Aumentar a administração de líquidos (água, chás, sucos, água de côco e soro de reidratação oral - SRO), para repor a quantidade de líquidos perdida pelas fezes ou vômitos, devendo ser oferecido aos poucos e em colher ou copo, neste caso evitar a administração dos líquidos com mamadeira;

- A alimentação da criança não deve ser interrompida, manter a oferecida habitualmente, com os intervalos menores entre as refeições;

- As porções dos alimentos oferecidos deverão ser menores dando preferência aos de maior aceitação pela criança;

- Para as crianças que estão sendo amamentadas, é necessário que a mãe amamente mais vezes, durante o período de diarréia, a amamentação é a forma mais adequada para evitar a desidratação nas crianças pequenas;

- O tratamento é o mesmo realizado para as outras doenças diarréicas agudas.

- É importante realizar a reidratação oral e/ou parenteral (quando a reposição de fluidos e eletrólitos não for suficiente), para evitar as complicações (desidratação grave e distúrbios hidreletrolíticos).

- Os casos mais graves exigem o tratamento no hospital devendo ser procurado o mais rápido possível para evitar a piora do quadro clínico.

- não é recomendado o uso de antibióticos e antidiarréicos.

Como se prevenir?

- Buscar atendimento/assistência nas unidades de saúde, quando da ocorrência de diarréia;

- evitar a auto-medicação;

- aumentar a ingestão de líquidos, tão logo inicie a diarréia;

- administrar o soro de reidratação oral nas unidades de saúde sob observação por pelo menos quatro horas;

- desprezar adequadamente as fezes ou fraldas contendo material fecal;

- lavar as mãos antes de preparar os alimentos, antes das refeições, antes e após a troca de fraldas das crianças e antes e após usar o banheiro;

- lavar e ferver as mamadeiras e chupetas/bicos antes do uso;

- tratar toda água para consumo humano com hipoclorito de sódio a 2,5% (duas gotas para cada litro de água - deixar em repouso por 30 minutos antes do uso) ou com fervura, onde não exista sistema público de tratamento de água;

- guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita, para evitar a recontaminação;

- manter os manipuladores de alimentos trabalhando exclusivamente com essa atividade;

- cozinhar bem os alimentos (deve atingir 60º C no interior do produto);

- guardar bem os alimentos cozidos, evitar que entrem em contato com alimentos crus; - manter as superfícies da cozinha sempre limpas;

- lavar e desinfetar os alimentos crus, como as verduras e hortaliças com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% durante 30 minutos (uma colher de sopa para cada litro de água);

- dar destino adequado ao lixo e dejetos para não contaminar o meio ambiente e cursos de água;

- incentivar o aleitamento materno, principalmente durante os primeiros seis meses de vida, o que aumenta a resistência das crianças contra doenças, inclusive as diarréias agudas.

Observação:

A vacina que previne a doença diarréica causada por rotavírus faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e será oferecida para as crianças menores de seis meses em todos os postos de vacinação do país a partir de março de 2006.

A aplicação da 1ª dose deverá ser ministrada quando a criança estiver com entre o primeiro mês e 15 dias de vida a três meses e uma semana. A 2ª dose deverá ser aplicada do terceiro mês e uma semana até cinco meses e meio, com intervalo mínimo de um mês entre as duas doses.





Fonte: RMT Online

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