Estimativa de produção é cortada em função da seca

A produção de soja no ciclo 2005/06 ainda vai ser grande, mas o volume deve ficar bem abaixo das estimativas iniciais. Pelo menos é isso o que mostra o quarto levantamento de safra da AgRural realizado no final de fevereiro. A nova projeção está agora em 56,2 milhões de toneladas (t), 1,9% a menos do que o estimado em janeiro e 3,2% abaixo da primeira estimativa, feita em agosto de 2005.

O volume calculado pela AgRural também ficou aquém do último número divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que no dia 6 de fevereiro estimou a produção de soja no Brasil em 58,1 milhões/t.

A principal explicação para a queda na estimativa da AgRural está no corte das safras do Paraná, Mato Grosso do Sul e das regiões Norte/Nordeste.

A quebra em tais estados foi provocada pelo mesmo motivo: a estiagem que castigou as lavouras entre o final de dezembro e início de fevereiro. No Paraná, os principais focos de perdas foram o Oeste e o Sudoeste do estado, onde os produtores tiveram muito prejuízo com as lavouras de ciclo precoce.

MT COLHE MENOS - Com o avanço da colheita, está ficando claro que os produtores do Mato Grosso não estão colhendo tudo o que gostariam. No levantamento de janeiro, a AgRural até havia elevado a estimativa de safra de 16,3 milhões para 16,5 milhões/t, mas agora o volume está reajustado em 16,4 milhões/t.

Em comparação a 2005, a queda na produção mato-grossense é ainda maior. Segundo a projeção da AgRural, o total deste ano está 7,4% abaixo dos 17,7 milhões/t obtidas no ano passado.

GAÚCHA CRESCE - Considerando apenas o Sul do Brasil, as perdas na safra paranaense acabaram compensadas pelo incremento de produção verificado no Rio Grande do Sul.

Nessa temporada, os gaúchos devem colher 8,04 milhões/t, 10% a mais do que o inicialmente previsto. O volume ainda é superior ao colhido em 2005, quando a estiagem derrubou a produção do estado de algo em torno de 9 milhões para 2,6 milhões/t.

O bom desempenho das lavouras gaúchas, contudo, não foi suficiente para amenizar uma outra série de perdas registradas em importantes produtores, como Goiás, Minas Gerais e os estados do Norte e Nordeste.