Ministra de Blair larga marido ligado a escândalo na Itália

Uma ministra do governo britânico e aliada próxima do primeiro-ministro Tony Blair deve se separar do marido, que enfrenta uma investigação de corrupção de alto nível na Itália, disse no sábado o advogado dele. A ministra da Cultura, Tessa Jowell, sobreviveu a um inquérito esta semana para responder se ela havia quebrado um código ministerial envolvendo os acordos financeiros do casal.

Mas permaneceu sob pressão depois que a investigação deixou aberta a possibilidade de ligações entre seu marido, o advogado tributarista David Mills, e uma alegação de suborno contra o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.

O advogado, David Kirk, disse que o casal estaria se separando devido à "terrível tensão" causada pelos inquéritos. "Eles esperam que, com o tempo, seu relacionamento possa ser resgatado, mas dadas as atuais circunstâncias, concordaram em um período de separação", disse em uma declaração.

O gabinete de Blair em Downing Street disse que a separação de Jowell era um assunto pessoal e que ela continuava a contar com o pleno apoio do primeiro-ministro.

Blair, que tem boas relações com Berlusconi, está lutando para manter sua autoridade diante de várias votações parlamentares importantes, mais notadamente a da reforma escolar.

Jowell, responsável pelos preparativos dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, foi inocentada da acusação de quebra do código de conduta de ministros depois de dizer que não sabia do pagamento de 600 mil libras usadas para quitar uma hipoteca da propriedade do casal.

Mas o inquérito conduzido pelo mais alto funcionário público da Inglaterra não tentou explicar como Mills conseguiu o dinheiro. Jowell disse que seu marido não havia lhe falado sobre o dinheiro, recebido em 2000, e que ela ficou sabendo da quantia quatro anos depois.

Inquérito italiano Mills disse por intermédio de seu advogado estar confiante de sua absolvição no inquérito italiano que envolve os seus negócios financeiros e os de Berlusconi.

"Meu cliente deseja declarar categoricamente que nunca foi subornado pelo Sr. Berlusconi nem por ninguém em seu nome", disse Kirk na declaração. "Deve ficar claro que todos os promotores italianos estão fornecendo informações à imprensa sobre meu cliente, com a intenção de julgar o caso na mídia, e não pelo procedimento correto."

Os promotores italianos querem saber se o dinheiro em questão veio de Berlusconi, e se isto incorreu em crime. Em 2004, eles pediram ao Departamento de Fraudes Graves da Inglaterra sobre a possibilidade de extraditar Mills sob as leis britânicas.

Berlusconi também nega quaisquer acusações.