Primeiro-ministro polonês não descarta antecipação de eleições

O primeiro-ministro da Polônia, Kazimierz Marcinkiewicz, declarou hoje que não descarta a possibilidade de antecipar as eleições se o Pacto de Estabilidade apoiado pelo seu Governo se desintegrar.

Em entrevista coletiva concedida em sua cidade natal, Gorzow, o chefe do Governo revelou que, durante as conversas que manteve durante a semana com os líderes dos outros dois partidos do Pacto, tudo parecia claro e decidido.

"Infelizmente, tanto o presidente da Samoobrona (Autodefesa) Andrzej Lepper, como o da Liga das Famílias Polonesas (LPR), Roman Giertych, a poucas horas de falarem comigo, voltaram a criticar de maneira muito dura o Governo , e isto indica que tudo pode acontecer", disse Marcinkiewicz.

O primeiro-ministro ressaltou que estranha a atitude de Giertych, que faz uma crítica global ao Governo e a quem supostamente oferece apoio.

"Nos países democráticos, e a Polônia o é, existem procedimentos para solucionar situações nas quais o Governo carece de uma maioria real e eficaz. E estas soluções passam pela realização de eleições antecipadas", disse Marcinkiewicz.

Em outra entrevista coletiva concedida uma hora antes, o presidente do Sejm, a Câmara Baixa do Parlamento polonês, Marek Jurek, também definiu como "muito provável" a convocação de eleições antecipadas.

"O Pacto de Estabilidade compreende, antes de tudo, uma lista de leis que deverão ser aprovadas. Se o Governo não consegue a maioria necessária para aprovar essas leis, as eleições antecipadas serão inevitáveis", disse Jurek.

Há três semanas, o presidente da República, Lecj Kaczynski, num pronunciamento na televisão pública, declarou que o estabelecimento do Pacto de Estabilidade pelo Samoobrona, o LPR e o partido do Governo, o Lei e Justiça (PiS), tornava desnecessária a dissolução do Legislativo e a convocação de eleições antecipadas.