Repórter News - reporternews.com.br
MT pode perder R$ 1,5 bi na bovinocultura
Mato Grosso pode contabilizar neste ano um prejuízo de cerca de R$ 1,5 bilhão somente na bovinocultura. As cifras seriam o saldo negativo do embargo russo, que desde dezembro interrompe as exportações mato-grossenses de carnes bovinas e suínas para aquele país.
“A projeção leva em conta somente as perdas que o Estado vai contabilizar na área não habilitada ao mercado europeu para este ano. Era a Rússia quem consumia carne bovina dos municípios não habilitados e mantinha a diferença dos preços internos da arroba menos ofensivos”, explica o consultor de Pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luiz Carlos Meister.
Ele recebeu com surpresa a informação veiculada na agência Reuters, em uma entrevista com o chefe do serviço veterinário da Rússia, Sergei Dankvert, que confirmou o embargo russo ao Brasil até junho. A expectativa do setor produtivo local era de que a proibição fosse retirada ainda neste mês, com o início das negociações. “Se a liberação for postergada, indica que a Rússia está com estoque de carnes, porque não há nenhum outro país no mundo que possa atender a esta demanda com a qualidade e a quantidade que Mato Grosso e o Brasil possuem. Prefiro acreditar que isso não vai acontecer”.
Na avaliação de Meister, o Estado será um dos que mais sofrerão as conseqüências da proibição. A bovinocultura estadual está dividida em duas áreas, a habilitada e a não habilitada à União Européia (UE). Cerca de 13 milhões de cabeças, 50% do rebanho -- 26,8 milhões de cabeças -- são proibidas para o consumo europeu e eram exportadas para a Rússia. “Sem o consumo russo, desde o final do ano passado, a diferença interna da arroba entre rebanho habilitado e não habilitado já chega a 20%, comparando a praça de Cuiabá com a de Vila Rica. Se esta condição prevalecer até o final do ano, teremos um prejuízo de R$ 1,5 bilhão na área não habilitada e a tendência é que o preço da arroba fique cada vez mais diferenciado. Prejuízo para a cadeia e para o Estado”, reforça Meister. Estão na área não habilitada cidades como Sinop, Cáceres e o Norte estadual. A arroba em Cuiabá estava cotada ontem em R$ 46.
Ele explica que a condição sanitária de Mato Grosso, certificada pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), de livre da febre aftosa com vacinação, vale para todos os municípios e para as 26,8 milhões de cabeças, mas a UE só reconhece metade do rebanho. “Em janeiro comemoramos 10 anos sem aftosa”.
“Não há motivo sanitário para a sustentação da proibição. O que poderia acontecer seria a restrição parcial aos estados que tiveram registro de aftosa no ano passado. Até a UE, um mercado extremamente rigoroso, manteve em aberto as exportações estaduais”.
O consultor destaca que a pecuária estadual contabiliza incremento de custos de 8,7% e queda no valor da arroba de 11% durante o ano de 2005. “Tínhamos uma expectativa boa com relação ao mercado internacional, que tradicionalmente retoma as compras entre o final de fevereiro e o início de março. O Egito, por exemplo, retomou as compras de carne brasileira e está pagando cerca de 30% a mais, comparando aos valores adotados no ano passado. A Rússia é altamente dependente do Brasil”, frisa Meister.
SUÍNOS -- Para a suinocultura estadual a notícia foi uma “terrível surpresa”. O diretor do Intercoop -- o maior frigorífico de suínos do Estado, localizado em Nova Mutum (269 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) --, Valdomir Ottonelli, avalia que sem o mercado russo sobram no Brasil, anualmente, cerca de 500 mil a 600 mil toneladas. “As alternativas para escoamento deste excedente são as buscas por novos mercados, que não acontecem de uma hora para outra. E não são mercados com o mesmo apetite do mercado russo”. Ele conta que até agora não houve contato dos compradores ou importadores russos.
“A projeção leva em conta somente as perdas que o Estado vai contabilizar na área não habilitada ao mercado europeu para este ano. Era a Rússia quem consumia carne bovina dos municípios não habilitados e mantinha a diferença dos preços internos da arroba menos ofensivos”, explica o consultor de Pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luiz Carlos Meister.
Ele recebeu com surpresa a informação veiculada na agência Reuters, em uma entrevista com o chefe do serviço veterinário da Rússia, Sergei Dankvert, que confirmou o embargo russo ao Brasil até junho. A expectativa do setor produtivo local era de que a proibição fosse retirada ainda neste mês, com o início das negociações. “Se a liberação for postergada, indica que a Rússia está com estoque de carnes, porque não há nenhum outro país no mundo que possa atender a esta demanda com a qualidade e a quantidade que Mato Grosso e o Brasil possuem. Prefiro acreditar que isso não vai acontecer”.
Na avaliação de Meister, o Estado será um dos que mais sofrerão as conseqüências da proibição. A bovinocultura estadual está dividida em duas áreas, a habilitada e a não habilitada à União Européia (UE). Cerca de 13 milhões de cabeças, 50% do rebanho -- 26,8 milhões de cabeças -- são proibidas para o consumo europeu e eram exportadas para a Rússia. “Sem o consumo russo, desde o final do ano passado, a diferença interna da arroba entre rebanho habilitado e não habilitado já chega a 20%, comparando a praça de Cuiabá com a de Vila Rica. Se esta condição prevalecer até o final do ano, teremos um prejuízo de R$ 1,5 bilhão na área não habilitada e a tendência é que o preço da arroba fique cada vez mais diferenciado. Prejuízo para a cadeia e para o Estado”, reforça Meister. Estão na área não habilitada cidades como Sinop, Cáceres e o Norte estadual. A arroba em Cuiabá estava cotada ontem em R$ 46.
Ele explica que a condição sanitária de Mato Grosso, certificada pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), de livre da febre aftosa com vacinação, vale para todos os municípios e para as 26,8 milhões de cabeças, mas a UE só reconhece metade do rebanho. “Em janeiro comemoramos 10 anos sem aftosa”.
“Não há motivo sanitário para a sustentação da proibição. O que poderia acontecer seria a restrição parcial aos estados que tiveram registro de aftosa no ano passado. Até a UE, um mercado extremamente rigoroso, manteve em aberto as exportações estaduais”.
O consultor destaca que a pecuária estadual contabiliza incremento de custos de 8,7% e queda no valor da arroba de 11% durante o ano de 2005. “Tínhamos uma expectativa boa com relação ao mercado internacional, que tradicionalmente retoma as compras entre o final de fevereiro e o início de março. O Egito, por exemplo, retomou as compras de carne brasileira e está pagando cerca de 30% a mais, comparando aos valores adotados no ano passado. A Rússia é altamente dependente do Brasil”, frisa Meister.
SUÍNOS -- Para a suinocultura estadual a notícia foi uma “terrível surpresa”. O diretor do Intercoop -- o maior frigorífico de suínos do Estado, localizado em Nova Mutum (269 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) --, Valdomir Ottonelli, avalia que sem o mercado russo sobram no Brasil, anualmente, cerca de 500 mil a 600 mil toneladas. “As alternativas para escoamento deste excedente são as buscas por novos mercados, que não acontecem de uma hora para outra. E não são mercados com o mesmo apetite do mercado russo”. Ele conta que até agora não houve contato dos compradores ou importadores russos.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/315096/visualizar/
Comentários