Lula diz que ganha "com ou sem verticalização"

A manutenção da verticalização pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aprovada ontem, obrigando os partidos a repetirem nos Estados as alianças firmadas em nível nacional, contrariou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, que já tinha classificado a medida como uma "camisa de força", de olho nas alianças para uma provável candidatura à reeleição, afirmou que "vai ganhar" o pleito de outubro "com ou sem verticalização" - segundo assessores.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Lula afirmou a interlocutores que acredita em uma derrubada da resolução do TSE no Supremo Tribunal Federal (STF).

No centro das preocupações do presidente estaria o PMDB, partido com o qual negocia uma aliança nas eleições de outubro. Mantida a verticalização, os planos estariam ameaçados, a não ser que o PT abra mão de candidatura própria em diversos Estados para apoiar peemedebistas - ou convença o partido a desistir da candidatura própria ao Palácio do Planalto.

Até a decisão do TSE, a ala governista do PMDB trabalhava, assim como Lula, com a perspectiva da queda da verticalização e sinalizava a intenção de apoiar o PT nos Estados, ainda que o partido lance candidato próprio para a Presidência da República - o ex-governador Anthony Garotinho e o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, vão disputar a vaga nas prévias marcadas para o próximo dia 19.

A verticalização tinha sido derrubada na Câmara dos Deputados recentemente, e, na ocasião, 78 dos 80 deputados do PMDB votaram pelo fim da obrigatoriedade.