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Internacional
Sexta - 03 de Março de 2006 às 23:55

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O máximo comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, o general George Casey, disse hoje que o Exército americano continuará pagando a imprensa iraquiana para que publique artigos favoráveis às forças de segurança.

Em uma teleconferência feita do Iraque e retransmitida pelo Pentágono, Casey se referiu deste modo ao projeto iniciado este ano e que o Departamento de Defesa desenvolveu com a ajuda da empresa de relações públicas Lincoln Group.

No projeto, que foi divulgado em dezembro de 2005, soldados americanos escreviam, em inglês, artigos favoráveis às forças dos EUA que depois eram traduzidos para o árabe e entregues aos jornais iraquianos para que os publicassem em troca de dinheiro.

Casey anunciou que essa prática será mantida, depois que uma investigação realizada por um almirante da Marinha, ordenada pelo máximo comando militar dos EUA no Iraque, revelou que a força "estava operando dentro de sua autoridade e responsabilidade".

O alto militar negou ter dado ordens para suspender os pagamentos, "nem fará isso no curto prazo", mas ressaltou que o Exército "continuará avaliando o programa à medida que evolua a situação na região".

Casey informou que a investigação feita pelo almirante Scott van Buskirk será publicada nas próximas semanas e, de acordo com a mesma, serão feitas algumas "recomendações de procedimento".

Casey também se referiu às possíveis mudanças no número de soldados americanos mobilizados no Iraque.

O militar informou que ainda não decidiu se recomendará ou não ao Pentágono e ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, reduzir esse número, mas deixou claro que o aumento da violência pode influenciar na sua decisão.

Casey disse que o surto de violência sectária que explodiu após o atentado de 22 de fevereiro contra um santuário xiita na cidade iraquiana de Samarra "já passou", mas evitou descartar a possibilidade de uma guerra civil no Iraque.

Essas novas ações violentas causaram a morte de mais de 200 iraquianos em diferentes regiões do país, a maior parte em ataques com carros-bomba.

Casey assegurou que a violência gerada "não está fora de controle" e que agora "parece que já passou", mas opinou que todos devem "ter claro que os iraquianos continuam ameaçados por atentados cometidos por aqueles que farão o possível para minar o Governo eleito constitucionalmente, de união nacional e que representa todos os iraquianos".

No entanto, ao ser questionado sobre a possibilidade de ocorrer uma guerra civil no Iraque, disse que "pode acontecer qualquer coisa".





Fonte: EFE

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