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Internacional
Sexta - 03 de Março de 2006 às 11:40

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, visitou hoje Hyderabad, uma das cidades de maior crescimento da Índia, em uma tentativa de aumentar os laços econômicos entre os dois países, um dia depois de fechar um pacto de cooperação nuclear com Nova Délhi.

No último dia de sua visita de 48 horas à Índia, Bush se reuniu hoje com jovens empresários em Hyderabad, aos quais assegurou que os EUA devem encarar positivamente - ao invés de temer - a concorrência proveniente da Índia.

"A oportunidade clássica para nossos fazendeiros e empresários é entender que há um mercado de 300 milhões de pessoas de classe média na Índia, e se pudermos fazer um produto que eles queiram, então é possível fazer negócios", disse o presidente.

Com essas declarações, Bush tentava amenizar o medos nos EUA diante do crescente fenômeno de deslocamento de empregos rumo ao subcontinente indiano.

"As pessoas perdem trabalhos como resultado da globalização, e isso é doloroso para quem perde esses empregos", mas "a globalização abre oportunidades", ressaltou o presidente.

A Índia cresce a um ritmo de 8% anuais, o que provocou uma explosão na criação de empregos. Em muitos casos, se trata de postos de trabalho que já existiam em outros países, mas que as empresas decidem transferir à Índia pelo fato de a mão-de-obra local ser uma das mais baratas e bem qualificadas do mundo.

A indústria do outsourcing, como é conhecida essa prática, movimenta mais de US$ 22 bilhões na Índia.

Ao mesmo tempo em que a Índia prospera, o mesmo ocorre com sua classe média, que começou a demandar produtos de luxo praticamente desconhecidos no país há 10 ou 15 anos, como veículos importados ou roupa de grife.

No ano passado, as exportações americanas para a Índia cresceram 30%. No entanto, essas vendas somam apenas US$ 27 bilhões, ou 1% do total das vendas externas dos EUA, montante muito abaixo de seu potencial, segundo os analistas.

Após a reunião desta quinta-feira de Bush com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, os dois Governos emitiram um comunicado conjunto no qual se comprometiam, entre outras iniciativas, a dobrar seu fluxo comercial no prazo de três anos.

Além disso, ambos estudarão iniciativas para eliminar os obstáculos tarifários e de outros tipos às respectivas exportações.

Durante sua visita a Hyderabad, Bush conheceu a Universidade Agrícola Acharya Ranga, onde observou os estudantes utilizarem ferramentas para retirar o capim e preparar a terra para cultivos de tomates e soja.

Ao longo da visita de Bush a esta cidade, sob forte esquema policial, ocorreram diversas manifestações contra sua presença, em particular no importante bairro muçulmano de Charminar, onde muitas lojas fecharam suas portas em sinal de protesto.

A visita de Bush a Hyderabad aconteceu um dia após os EUA terem fechado um acordo nuclear com a Índia, permitindo que esse país tenha acesso à tecnologia atômica estrangeira pela primeira vez em mais de 30 anos.

A Índia se comprometeu a fazer uma clara separação entre seus programas nucleares militares e civis, e estes últimos ficarão submetidos à vigilância internacional.

Bush concluirá hoje sua estadia na Índia com um discurso sobre as relações bilaterais no monumento de Purana Qila, em Nova Délhi.

Em seguida, o presidente americano visita o Paquistão para reunir-se com o presidente Pervez Musharraf.

Bush chegará ao Paquistão um dia depois do atentado perpetrado contra o consulado americano em Karachi, a cidade mais populosa do país, no qual morreram pelo menos quatro pessoas, entre elas o diplomata americano David Foy.

Fontes americanas que acompanham o presidente na viagem indicaram que os primeiros indícios apontam que Foy era o alvo dos terroristas.

A segurança será uma das principais preocupações durante a estadia de Bush no Paquistão.

A visita do presidente "não está isenta de riscos", reconheceu na quinta-feira o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley.





Fonte: EFE

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