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Ministro sugere 'MP do Bem' contra juros altos e câmbio
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que está sendo preparada uma “MP do Bem”, com redução de impostos, para o setor agrícola brasileiro.
Ele criticou as taxas de juros altos e a taxa de câmbio no Brasil, aos quais atribuiu as perdas do setor agrícola, que no ano passado ficaram em R$ 20 bilhões.
“Estamos tendo seca em algumas regiões, perda na produção, juros altos que dificultam a situação e o câmbio que não ajuda as exportações”, criticou. “O câmbio está prejudicando drasticamente o setor agrícola”, insistiu.
Essa "Medida Provisória do Bem", admitiu, compensaria um setor que vem sendo atingido com a atual política econômica.
Reunião
Rodrigues esteve na capital argentina para participar da reunião ministerial, com representantes dos seis países do Mercosul ampliado (inclui Chile e Bolívia) sobre como combater a febre aftosa na região.
Mas na entrevista à imprensa brasileira, na embaixada do Brasil, ressaltou a importância da “MP do Bem” para a agricultura como saída para o setor.
“Se não tomarmos providências agora, teremos que importar alimentos, já que a área plantada no país já caiu 4% no ano passado”, disse. “O setor agrícola passa por momento muito difícil e se isso continuar vamos perceber os efeitos nos preços nacionais e internacionais, já que o Brasil é grande exportador do ramo”.
Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o texto desta Medida Provisória – semelhante a que já foi adotada para o setor industrial - fique pronto até março para ser, provavelmente, implementada até maio.
Os detalhes do documento estão sendo discutidos nos Ministérios da Fazenda e da Agricultura.
“A agricultura gera 37% dos empregos no país, representa cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) e 40% das exportações brasileiras. É um setor fundamental e que precisa de atenção”, disse.
Quando perguntado se a iniciativa poderia estar vinculada, mesmo que indiretamente, ao ano eleitoral, ele negou. Mas em seguida disse: “Acho que o presidente Lula fará o próximo governo com uma nova equipe. Tenho certeza de que ele será reeleito”.
Aftosa
Ele lembrou que a febre aftosa gerou perdas de cerca de R$ 300 milhões ao setor brasileiro entre outubro, quando o vírus foi detectado no Mato Grosso do Sul e no Paraná, em dezembro do ano passado.
Mas disse que espera que o Chile e a Rússia decidam, em breve, a respeito do embargo total das compras da carne bovina e da carne suína do Brasil.
A Rússia, recordou, é o maior comprador individual da carne de boi (25% do total da produção) e de porco (70%) do Brasil.
Já o Chile importava, antes da descoberta da aftosa, cerca de 10% da produção nacional.
“Minha esperança é que nos próximos seis meses sejam suspensos estes embargos aos produtos destes dois estados (Paraná e Mato Grosso do Sul)”, disse.
No encontro, os ministros marcaram nova reunião para os dias 12 e 13 de abril, em Brasília, e combinaram que cada país apresentará propostas para o combate da doença que desde 1998 afeta um ou outro país da região, sendo sempre o mesmo vírus de transmissão.
“Nós sabemos que é o mesmo vírus dando voltas, mas também temos problemas como a falta de recursos, de pessoal e de contrabando (do gado não vacinado) entre uma fronteira e outra”, ressaltou.
Atualmente, disse, a lista de embargo total ou parcial a carne brasileira inclui 54 países.
Ele contou que as autoridades argentinas confirmaram novo foco da aftosa na província de Corrientes, fronteira com o Brasil e o Paraguai, onde no mês passado a doença foi registrada.
Segundo ele, o Brasil não mudará as medidas adotadas, já que o vírus está no mesmo local da descoberta feita em fevereiro. “Não muda nada”, disse.
Rodrigues comentou ainda as especulações em torno do preço do etanol (álcool) no Brasil, dizendo que é preciso ampliar os hectares plantados para aumentar a oferta do produto.
“Com os juros altos fica difícil estimular a estocagem do produto, já que o setor privado precisa de financiamento para isso”, afirmou.
Ele criticou as taxas de juros altos e a taxa de câmbio no Brasil, aos quais atribuiu as perdas do setor agrícola, que no ano passado ficaram em R$ 20 bilhões.
“Estamos tendo seca em algumas regiões, perda na produção, juros altos que dificultam a situação e o câmbio que não ajuda as exportações”, criticou. “O câmbio está prejudicando drasticamente o setor agrícola”, insistiu.
Essa "Medida Provisória do Bem", admitiu, compensaria um setor que vem sendo atingido com a atual política econômica.
Reunião
Rodrigues esteve na capital argentina para participar da reunião ministerial, com representantes dos seis países do Mercosul ampliado (inclui Chile e Bolívia) sobre como combater a febre aftosa na região.
Mas na entrevista à imprensa brasileira, na embaixada do Brasil, ressaltou a importância da “MP do Bem” para a agricultura como saída para o setor.
“Se não tomarmos providências agora, teremos que importar alimentos, já que a área plantada no país já caiu 4% no ano passado”, disse. “O setor agrícola passa por momento muito difícil e se isso continuar vamos perceber os efeitos nos preços nacionais e internacionais, já que o Brasil é grande exportador do ramo”.
Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o texto desta Medida Provisória – semelhante a que já foi adotada para o setor industrial - fique pronto até março para ser, provavelmente, implementada até maio.
Os detalhes do documento estão sendo discutidos nos Ministérios da Fazenda e da Agricultura.
“A agricultura gera 37% dos empregos no país, representa cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) e 40% das exportações brasileiras. É um setor fundamental e que precisa de atenção”, disse.
Quando perguntado se a iniciativa poderia estar vinculada, mesmo que indiretamente, ao ano eleitoral, ele negou. Mas em seguida disse: “Acho que o presidente Lula fará o próximo governo com uma nova equipe. Tenho certeza de que ele será reeleito”.
Aftosa
Ele lembrou que a febre aftosa gerou perdas de cerca de R$ 300 milhões ao setor brasileiro entre outubro, quando o vírus foi detectado no Mato Grosso do Sul e no Paraná, em dezembro do ano passado.
Mas disse que espera que o Chile e a Rússia decidam, em breve, a respeito do embargo total das compras da carne bovina e da carne suína do Brasil.
A Rússia, recordou, é o maior comprador individual da carne de boi (25% do total da produção) e de porco (70%) do Brasil.
Já o Chile importava, antes da descoberta da aftosa, cerca de 10% da produção nacional.
“Minha esperança é que nos próximos seis meses sejam suspensos estes embargos aos produtos destes dois estados (Paraná e Mato Grosso do Sul)”, disse.
No encontro, os ministros marcaram nova reunião para os dias 12 e 13 de abril, em Brasília, e combinaram que cada país apresentará propostas para o combate da doença que desde 1998 afeta um ou outro país da região, sendo sempre o mesmo vírus de transmissão.
“Nós sabemos que é o mesmo vírus dando voltas, mas também temos problemas como a falta de recursos, de pessoal e de contrabando (do gado não vacinado) entre uma fronteira e outra”, ressaltou.
Atualmente, disse, a lista de embargo total ou parcial a carne brasileira inclui 54 países.
Ele contou que as autoridades argentinas confirmaram novo foco da aftosa na província de Corrientes, fronteira com o Brasil e o Paraguai, onde no mês passado a doença foi registrada.
Segundo ele, o Brasil não mudará as medidas adotadas, já que o vírus está no mesmo local da descoberta feita em fevereiro. “Não muda nada”, disse.
Rodrigues comentou ainda as especulações em torno do preço do etanol (álcool) no Brasil, dizendo que é preciso ampliar os hectares plantados para aumentar a oferta do produto.
“Com os juros altos fica difícil estimular a estocagem do produto, já que o setor privado precisa de financiamento para isso”, afirmou.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/315406/visualizar/
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