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Quinta - 02 de Março de 2006 às 18:33
Por: Marco Justo Losso

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Berlim - Mais preocupados com seus gatos, que não podem sair de casa sob risco de contraírem a gripe aviária, os alemães acordaram ontem com uma forte ressaca depois da goleada por 4 a 1 para a Itália, em Florença. Todos os jornais e programas de TV expressavam a reação do alemão comum, que assistiu na quarta-feira ao desastre pela TV em casa ou nos bares, já que ao ar livre poucos se arriscavam a encarar a temperatura de -2 graus, como a de Berlim.

A indignação com os 4 a 1 levou a Federação Alemã (DFB) a convocar uma entrevista coletiva com os três responsáveis pela seleção: o assistente técnico Joachim Löw, o coordenador Oliver Bierhoff e o técnico Jürgen Klinsmann, que afastou qualquer hipótese de renúncia. “Confio no grupo e no trabalho que estamos fazendo. Temos de olhar para a frente e mostrar um bom futebol contra os Estados Unidos, em Dortmund (dia 22).” E muitos na Alemanha concordam com ele. De especialistas a gente comum. Do presidente da DFB, Theo Zwanziger, passando pelo coordenador da seleção, Bierhoff, e pelo diretor do Bayern de Munique, Uli Höeness, campeão mundial em 1974, até Andreas Möller, também diretor do Schalke04. “Não vejo motivo para se alterar os objetivos por causa de um resultado como esse. Não estava tão eufórico após a Copa das Confederações (2005) e não estou tão deprimido agora”, analisou Höeness.

Para Möller, campeão mundial em 1990 e europeu em 1996, a situação não é tão grave. “Antes da Eurocopa de 2004, a Holanda bateu a Grécia por 4 a 0. No final, a Grécia ficou com o título em Portugal.” Esta visão também parece ser compartilhada pelos torcedores. “Não tem problema, quando temos de ganhar, ganhamos. O que importa é na Copa”, disse Marco Heiss, um berlinense que assistia ao jogo num dos milhares de bares da capital. Essa era a mesma opinião de Ypek Matzur, taxista, que enfrentava o frio e lamentava a ausência da Turquia, seu país, no Mundial deste ano. “Na Copa, a Alemanha disputa a final, eles são sempre assim.”

Críticas

Mas nem tudo é confiança no país. Muitos, como o treinador do Bayern de Munique, Felix Magath, criticaram severamente a postura de Klinsmann. Apesar de reconhecerem a falta de alternativas, pois não há jogadores melhores do que estes que atuam na seleção, os críticos em vários jornais falam da falta de filosofia de jogo, de agressividade e de qualquer postura ofensiva. “O que admiro é que Klinsmann aconselhou por um longo tempo decisões pessoais para os outros, mas não encontrou nenhuma para seu futuro. O que virá agora?”, analisou o treinador do Bayern para o Bild.

Como primeira conseqüência da goleada para a Itália, Klinsmann não irá ao workshop de técnicos da Fifa em Düsseldorf, na próxima semana, onde estarão os treinadores do Brasil, Carlos Alberto Parreira, da Itália, Marcelo Lippi, e da Inglaterra, Sven-Goran Eriksson, entre outros.





Fonte: Agência Estado

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