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Nacional
Quinta - 02 de Março de 2006 às 18:30
Por: Jander Ramon

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São Paulo - Apesar de possuir no Estado de São Paulo uma aprovação administrativa superior em mais de 50% a do governo federal, o governador paulista, Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, não consegue transformar, pelo menos por enquanto, essa percepção positiva do eleitorado paulista em intenção de votos numa disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tal constatação é amparada pelo resultado da pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira e que foi realizada apenas no Estado de São Paulo, onde vivem 22,36% dos eleitores do País. Segundo levantamento contratado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp), para o qual foram ouvidas 1.204 pessoas entre os dias 18 e 23 de fevereiro, 76% dos entrevistados aprovam a administração Alckmin, enquanto a gestão Lula merece aprovação de 49% dos entrevistados.

A administração Alckmin foi considerada boa por 50% dos entrevistados; ótima por 15%; regular por 23%; ruim por 3%; e péssima por 4%. Lula teve a administração considerada boa por 27% dos entrevistados paulistas; ótima por 6%; regular por 39%; ruim por 10%; e péssima por 16%.

O Ibope constatou que Alckmin e Lula estão empatados em 32% das intenções de voto estimulado dentro do Estado, no levantamento do primeiro turno. Ibope e Setcesp não informaram se foram feitas simulações para o segundo turno.

Quando a opção tucana oferecida pela pesquisa passa a ser do prefeito paulistano, José Serra, há também empate técnico com o presidente da República: Lula obtém 32% dos votos, enquanto Serra fica com 31%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado informa ao pesquisador um único nome no qual votaria para presidente, caso a eleição fosse hoje, Lula obteve mais uma vez vantagem sobre os tucanos. O presidente teve 23% das citações, enquanto Alckmin atingiu 11% e Serra, 8%.

Os dados do Ibope acabam por colocar em xeque um dos principais argumentos usados por Alckmin dentro do PSDB para defender sua candidatura: o de que sua alta aprovação dentro do Estado se reverteria em votos, capaz de reverberar pelo resto do País.

A análise da pesquisa indica também que a preferência por Alckmin se dá nos eleitores que detêm maior poder aquisitivo e grau de instrução mais elevado. Na simulação do primeiro turno, 42% dos entrevistados que contam com ensino superior preferem colocar o governador paulista no Palácio do Planalto, enquanto que, para Lula, a incidência nesse segmento é de 22%.

No conjunto dos que ganham mais de 10 salários mínimos, 52% preferem o tucano, ao passo que 21% optam pela reeleição de Lula. Dos entrevistados que recebem entre cinco e 10 salários mínimos, 40% optam por Alckmin e 31% escolhem Lula.

Entre os eleitores com ensino médio, há empate técnico dos dois: Lula tem 34%, enquanto Alckmin possui 33% das intenções de voto. Na outra ponta, dos eleitores com instrução até a quarta série do ensino fundamental, Lula é escolhido por 35% dos entrevistados, enquanto Alckmin obteve 27% das intenções de voto.

No eleitorado paulista de menor renda familiar, a lógica é inversa, com preferência dos entrevistados pela reeleição do presidente. Para aqueles que possuem renda familiar até um salário mínimo, 27% das intenções ficaram com Lula, ao passo que Alckmin recebeu 23% das indicações. Entre os que recebem mais de um e menos do que dois mínimos, o resultado foi de 32% para o petista e 28% para o tucano.

Já na faixa do eleitorado que conta com renda familiar de dois a cinco mínimos, Lula obteve sua maior vantagem sobre Alckmin, ao obter preferência de 37% das intenções, enquanto o governador ficou com 31%.

Disputa pelo Senado A pesquisa Ibope/Setcesp foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número 708898/2006. A mesma pesquisa indicou que Alckmin está em primeiro lugar caso dispute a eleição para o Senado. O governador recebeu 40% das intenções de voto, seguido pelo senador Eduardo Suplicy (PT), com 29%, e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), que recebeu 13% das indicações.

O levantamento para o governo de São Paulo teve a liderança da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy (PT), com 23% e, em seqüência, Orestes Quércia, com 17%, num empate técnico com a petista, e o ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf, com 13% das intenções. O candidato do PSDB com melhor desempenho na pesquisa foi o vereador paulistano José Aníbal, oscilando de 3% a 4% das indicações, dependendo dos participantes.





Fonte: Agência Estado

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