Serraglio diz que concorda, mas não defende a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu nesta quinta-feira (2), em entrevista à imprensa, que concorda e até não lutaria contra a prorrogação dos trabalhos da CPI. Mas adiantou que "ficaria em cima do muro" caso chegasse às suas mãos um requerimento solicitando a prorrogação das atividades da comissão.

- Concordo com a prorrogação dos trabalhos porque algumas investigações ainda necessitam de aprofundamento, como a análise das contas bancárias no exterior do publicitário Duda Mendonça. Mas, ao mesmo tempo, não defendo a continuidade dos trabalhos porque estamos em um ano eleitoral, que tem de tudo para tornar as atividades da CPI improdutivas - resumiu Serraglio.

A previsão é que a CPI encerre os trabalhos no dia 10 de abril.

Serraglio disse que a CPI já chegou a uma conclusão: a de que os Correios estavam com uma administração "cheia de problemas" e que as irregularidades não atingem somente o período do atual governo. Segundo ele, os atos ilícitos vêm desde o ano de 2000, e que, observou, também serão retratados no relatório.

Duda Mendonça

Nesta quinta-feira, a partir das 15h30, Osmar Serraglio e os relatores-adjuntos, deputados Maurício Rands (PT-PE) e Eduardo Paes (PSDB-RJ), reúnem-se com dirigentes do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. O encontro servirá para que os parlamentares tenham o primeiro acesso aos extratos bancários das contas, no exterior, do publicitário Duda Mendonça.

Os documentos, que ficarão sob a custódia do DRCI, só poderão ser manuseados, numa primeira fase, pelos três deputados e pelo presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Os extratos foram enviados pela Promotoria Distrital de Nova Iorque no final do ano passado, após três meses de negociação. Somente depois da análise de toda a documentação é que a CPI decidirá se convoca ou não Duda Mendonça para depor pela segunda vez.

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