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Nacional
Quarta - 01 de Março de 2006 às 09:40

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Londres - O Brasil ficou em 107º lugar em um ranking divulgado nesta semana sobre a percentagem de mulheres nas câmaras de deputados de 187 países até o fim do ano passado. A lista foi elaborada a partir dos dados das últimas eleições em cada país (no Brasil, as de 2002) pela União Inter-Parlamentar (UIP), uma organização de fomento à cooperação entre as câmaras nacionais de mais de 140 países. Ruanda aparece em primeiro lugar.

Os países nórdicos, reconhecidos pela igualdade entre os sexos, ocupam as posições seguintes: em segundo, a Suécia (45,3%); em terceiro, a Noruega (37,9%); em quarto, a Finlândia (37,5%); em quinto, a Dinamarca (36,9%).

Holanda (36,7%), Cuba (36%), Espanha (36%), Costa Rica (35,1%), Argentina (35%) e Moçambique (34,8%) completam os dez países com maior número de legisladoras.

O Brasil assim como os Estados Unidos ficaram abaixo da média mundial de 16,6% de mulheres na composição da câmara dos representantes, com apenas 8,6% brasileiras e 15,2% americanas.

Mundo árabe A média brasileira é pouco superior à de países árabes que têm 6,8% de mulheres nos Parlamentos. As mulheres representam cerca de metade da população do planeta.

Ruanda, o primeiro da lista, tem uma participação de 48,8% de mulheres, seguida de perto pela Suécia, com 45,3%. A organização atribui o crescimento da participação feminina em Ruanda às políticas de incentivo adotadas depois do genocídio.

A proporção de mulheres na câmara dos deputados do país saltou de 17,1% em 1998 a 48,8% em 2003. "Esses resultados podem ser atribuídos ao maior reconhecimento do papel das mulheres durante os períodos de conflito, a inclusão delas nos processos de paz e a criação de assembléias constituintes, que abriram caminhos para mudanças e, em alguns casos, para a introdução de quotas eleitorais para mulheres", diz o relatório.

O Brasil é o país sul-americano pior colocado na lista, atrás de Argentina (9º), Guiana (17º), Suriname (26º), Peru (55º), Venezuela (59º), Bolívia (63º), Equador (66º), Chile (70º), Colômbia (86º), Uruguai (92º) e Paraguai (99º).

Quotas mínimas A UIP nota a melhora no desempenho de alguns países sul-americanos depois da introdução de políticas de quotas mínimas para candidatas, como aconteceu na Argentina, na Bolívia e na Venezuela.

A proporção de mulheres no Senado brasileiro é um pouco mais alta, de 12,3%, mas como vários países não têm uma estrutura semelhante, não foi elaborado um ranking específico.

A UIP aponta uma tendência mundial de crescimento na participação das mulheres, já que a média global de 16,4% de legisladoras é um recorde.

Entre as outras evoluções registradas pela UIP no relatório estão um aumento no número de legisladoras nas eleições de 2005. Em pleitos ao redor do mundo no ano passado, as mulheres teriam levado pouco mais de 20% das cadeiras, segundo a organização.

Objetivo distante Em 20 câmaras de deputados do mundo, as mulheres já ocupam mais de 30% das cadeiras, segundo a organização. No entanto, a UIP destacou que o objetivo de ter um mínimo de 30% de legisladoras em todo o mundo, estabelecido na Conferência das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1995, ainda está distante.

A UIP também elogiou o progresso feito por países que enfrentaram conflitos nos últimos anos, como o Afeganistão, o Burundi, o Iraque e a Libéria.

No Kuwait, mulheres foram autorizadas a se candidatar pela primeira vez em 2005, de acordo com a organização.

A Dinamarca e a Alemanha registraram pequenas reduções na proporção de mulheres eleitas para o Parlamento no ano passado, enquanto no Egito apenas 2% dos eleitos eram mulheres.

De acordo com a UIP, o número de mulheres legislando também caiu na Bulgária e nas ilhas Dominica, São Vicente e Granadinas.

Vários países, como a Arábia Saudita, o Bahrein, Quirgistão, Emirados Árabes e Nepal, entre outros, não tinham nenhuma legisladora mulher até o fim de 2005, segundo o relatório.





Fonte: BBC Brasil

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