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Terça - 28 de Fevereiro de 2006 às 17:33

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A seleção de futebol da Rússia receberá na quarta-feira em Moscou os pentacampeões mundiais do Brasil com os olhos voltados para uma tarde de 1958, quando a então União Soviética se tornou a primeira vítima de um futebol revolucionário.

As seleções do Brasil e as da União Soviética, primeiro, e da Rússia, mais tarde, se enfrentaram três vezes em Copas do Mundo, além de vários amistosos, mas poucas partidas foram tão transcendentes quanto a de 15 de junho de 1958, quando o Brasil colocou pela primeira vez Pelé e Garrincha juntos em campo.

O fato histórico aconteceu durante a primeira fase do Mundial daquele ano, na Suécia. O Brasil iniciou sua campanha com uma vitória de 3 a 0 sobre a Áustria, antes de se complicar com um empate sem gols contra a Inglaterra. Assim, a Seleção ficou praticamente obrigada a derrotar a Rússia para seguir adiante.

Nunca ficou devidamente esclarecido se os jogadores forçaram uma mudança na equipe ou se o treinador Vicente Feola tomou a iniciativa, mas o certo é que dois dos maiores gênios do futebol brasileiros estiveram juntos em campo pela primeira vez naquele jogo.

Ambos eram titulares antes da Copa de 1958, mas Pelé, então com 17 anos, sofreu uma lesão e não atuou nos dois primeiros jogos. A utilização dos dois pela primeira vez marcou para sempre a história do futebol mundial.

"Havia muitos fantasmas pairando sobre a União Soviética. Eles tinham lançado o satélite Sputnik. De nosso hotel, podíamos ver os treinamentos dos soviéticos. Eles treinavam de manhã e de tarde, em uma época em que ninguém no mundo fazia isso", recordou posteriormente o ex-jogador brasileiro Vavá.

Para enfrentar os "super-homens" que haviam lançado o Sputnik, Feola preparou uma combinação letal com jogadores do calibre de Nilton Santos, Zito e Didi, além da linha de ataque formada por Garricha, Vavá, Pelé e Zagallo. Para muitos, a maior seleção de futebol de todos os tempos.

A equipe soviética se destacava por seu preparo físico, muito superior ao de qualquer outra seleção, e por seu lendário goleiro Lev Yashin, mais conhecido como "a aranha negra".

Porém, nem a aplicação tática soviética nem o imponente Yashin puderam com o Brasil naquele dia. Vavá abriu o placar com apenas dois minutos de jogo, e ampliou aos 76min. Resultado: 2 a 0.

O Brasil foi campeão mundial naquela Copa, maravilhando o mundo com um futebol fora de série e o talento de Pelé. Foi o início de um glorioso caminho que o levaria a se firmar como a maior potência do futebol mundial.

Brasileiros e soviéticos se encontraram novamente na Copa do Mundo de 1982, disputada na Espanha. A Seleção saiu na frente com um gol de Sócrates aos 30min, e a União Soviética empatou três minutos depois com Bal. Porém, Éder deu a vitória aos brasileiros no fim do jogo, aos 87min.

Na Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos, a União Soviética já era parte do passado, mas a Rússia enfrentou novamente o Brasil. E mais uma vez os brasileiros levaram a melhor, com gols de Romário e de Raí (2 a 0).

No total, o Brasil enfrentou sete vezes a União Soviética, entre jogos oficiais e amistosos. Os brasileiros ganharam seis. A única vitória soviética aconteceu em junho de 1980, em um amistoso disputado no Rio de Janeiro (2 a 1).

Contra a Rússia, o Brasil jogou três vezes e ainda não perdeu. Foram duas vitórias e um empate. A maior goleada entre as duas seleções ocorreu em novembro de 1998 em Fortaleza: o Brasil fez 5 a 1, com gols de Élber, Amoroso (dois), Rivaldo e Marcos Assunção. Kourmakov descontou.





Fonte: AFP

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