Metade dos palestinos acha que o Hamas deve reconhecer Israel

A metade dos palestinos acha que o movimento islâmico Hamas, vencedor das eleições de 25 de janeiro e que liderará o próximo Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), deve reconhecer Israel, tal como fez em 1993 o partido nacionalista Fatah.

Um total de 50,8% dos palestinos considera que o Hamas deve reconhecer Israel, enquanto 48,5% pensam o contrário, segundo uma pesquisa realizada pelo Centro Palestino de Opinião, dirigido por Nabil Kukali.

A enquete, cujos resultados foram divulgados hoje à imprensa, coincide com a formação do Governo por parte do Hamas, após sua arrasadora vitória nas eleições legislativas.

A grande maioria dos palestinos (80%) apóia a continuação de uma "hudna", um período de trégua com Israel. Além disso, 70% acham que o Hamas deve retomar as negociações de paz com o Estado judeu - o qual ainda não reconheceu - e 53,5% pensam que a ANP deve empregar a força contra os milicianos que romperem a trégua.

O estudo revela também um apoio de 51,5% da população palestina a um Governo de união nacional entre as duas grandes formações políticas.

Por outra parte, 94% opinaram que a primeira missão do próximo Governo deve ser melhorar as condições de vida na Cisjordânia e em Gaza.

A enquete mostra também a taxativa oposição dos palestinos à resolução do problema dos refugiados mediante uma solução econômica.

Eles exigem o direito de retorno às casas e terras que abandonaram, forçados ou voluntariamente, em 1948 e 1967.

Israel, que nessa circunstância veria minguada a maioria judia dentro do país, nega-se a discutir qualquer medida que represente o retorno de milhões de palestinos a seu território e sustenta que a solução para esse problema é a criação de um Estado palestino. A sondagem foi realizada com 1.003 palestinos residentes na Cisjordânia e em Gaza, e maiores de 18 anos.