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Internacional
Terça - 28 de Fevereiro de 2006 às 10:51

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O advogado atribuído ao ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, o britânico Steven Kay, pediu hoje ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) que convoque formalmente o ex-presidente americano Bill Clinton como testemunha.

O advogado alegou, no texto recebido hoje pelo TPII, que Clinton deverá comparecer como testemunha, por considerar que "seus atos foram de grande importância no período a que se referem as acusações contra Milosevic", segundo a agência holandesa "ANP".

"Milosevic não tem outro acesso, a não ser por meio de Clinton, às informações que são cruciais para seu caso", acrescentou Kay.

Steven Kay e Gillian Higgins foram designados em setembro de 2004 advogados de ofício de Milosevic depois que relatórios médicos indicaram que o acusado, que padece de hipertensão crônica, colocaria em perigo sua saúde se continuasse defendendo-se.

No entanto, Milosevic se nega a comunicar-se com os advogados e continua defendendo-se mediante a ajuda de alguns colaboradores externos.

Tanto as tentativas do próprio Milosevic como as dos dois advogados de persuadir Clinton a comparecer ao Tribunal de Haia não deram frutos. Por isso, Kay considerou hoje que é preciso que o próprio TPII decrete uma ordem para aumentar a pressão sobre o ex-presidente.

Enquanto as autoridades americanas dizem não entender por que Clinton tem que prestar testemunho, Kay se defende afirmando que não são elas que têm que decidir sobre o que é relevante neste caso.

Milosevic sempre alegou que os crimes na Iugoslávia não foram cometidos pelos sérvios e acusou os países ocidentais de colaborar com os "terroristas do Exército de Libertação do Kosovo" para desestabilizar a região.

Durante a audiência de abertura do julgamento, em fevereiro de 2002, Milosevic acusou os EUA de haverem atacado deliberadamente a embaixada chinesa durante os bombardeios contra Kosovo e Belgrado.

O ex-presidente iugoslavo, de 63 anos, é julgado pelo TPII desde fevereiro de 2002 por crimes de guerra e lesa-humanidade, incluindo genocídio, supostamente cometidos no território da ex-Iugoslávia durante o conflito balcânico da década dos 90.

O processo contra Milosevic já foi interrompido umas 20 vezes por seu debilitado estado de saúde.





Fonte: EFE

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