Império resgata baluartes e faz Carnaval como nos bons tempos

O Império Serrano, penúltima escola a desfilar na segunda-feira, último dia de apresentação do grupo Especial, entrou na Sapucaí com o sol nascendo e vontade de mostrar que já deixou para trás a crise que a atingiu nos últimos carnavais. "Voltou a ser o Império de sempre", exclamou emocionado um dos diretores ao final do desfile.

Com o tema religiosidade e um dos melhores sambas deste ano, a escola de Madureira fez um carnaval correto e empolgante, mesmo com uma minguada platéia que, ao contrário da primeira noite, começou a deixar o sambódromo antes do fim do desfile. O enredo, desenvolvido pelo carnavalesco estreante no Império, Paulo Menezes, ex-Mocidade, pinçou um pouco de cada religião e de festas populares.

Entre os carros alegóricos, os principais destaques ficaram com os gigantescos bonecos representando a festa nordestina do bumba-meu-boi, que chegavam bem perto do público e quase tocavam a platéia, além do carro dos baluartes do Império. Nesse último veio também o ex-Big Brother Jean Willys, convidado da escola pela sua devoção a São Jorge, representado no carro por uma grande escultura.

"É a primeira vez que vou desfilar, acho que além da minha devoção por São Jorge o que contou para o convite é o fato de eu ser professor", declarou Jean antes de subir no alto do carro alegórico e colocar a fantasia do santo.

A bateria, homenageando o boi bumbá, como sempre deu um show no Sambódromo, com direito a discreta coreografia dos músicos e o luxuoso comando da rainha Quitéria Chagas, considerada uma das mais bonitas entre as de escolas do Grupo Especial.

Mas problemas com fantasias, principalmente na ala das passistas, que desfilaram com os modelos incompletos por atraso na entrega, poderão custar pontos à escola que somente este ano conseguiu resolver problemas financeiros e políticos. No ano passado, por exemplo, por pouco não cai para o grupo de Acesso, ficando no 12o lugar.

Mas se a fé cantada no enredo ajudar, o Império pode conseguir uma colocação melhor do que as dos últimos carnavais, mas bem longe ainda do título máximo, conquistado pela última vez em 1982, com o inesquecível "Bumbum paticumbum prugurundum".